De acordo com pesquisa do Instituto DataSenado, 73% da população acredita que o Brasil começou a comprar vacinas contra o novo coronavírus (Covid-19) mais tarde do que deveria. Desse total, 74% julgam o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), como o maior responsável pela demora. Em seguida, estão a Anvisa (8%), o Congresso Nacional (6%) e os governadores (4%).
Para a grande maioria (97%), o número de mortes seria menor caso as vacinas tivessem sido compradas mais cedo.
Em contrapartida, 22% dos brasileiros consideram que a compra foi feita no momento certo e 3% dizem que os imunizantes foram adquiridos até mais cedo do que deveriam.
Pelo Twitter, o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD/AM), comentou os resultados da pesquisa e reforçou a importância do trabalho do colegiado. “A CPI investiga sim as razões desta demora e vamos apurar as responsabilidades. Não teremos sessões, mas a CPI não vai parar durante o recesso”, escreveu. A CPI, oficialmente, foi instalada no dia 27 de abril.
Encomendada pela própria CPI, a pesquisa ouviu 1.471 brasileiros de 16 anos ou mais, entre os dias 13 e 14 de julho. Segundo o Instituto, as amostras “são totalmente probabilísticas” e têm nível de confiança de 95%.
Existência da CPI
73% dos brasileiros sabem da existência da CPI da Covid — número maior do que o registrado em maio, 65%. Dentro desse percentual, 67% afirma estar acompanhando os trabalhos da Comissão e, desse grupo, dois em cada três (66%) consideram que a criação da CPI foi “muito importante” para o país.
Corrupção
Dos temas investigados pela CPI da Covid, as denúncias de corrupção na compra de vacinas são os mais conhecidos pelos brasileiros (84%). Assim, os casos de irregularidades mais acompanhados são o superfaturamento da Covaxin (73%) e a tentativa de corrupção na compra da AstraZeneca (54%).
- Superfaturamento da Covaxin
Sim – 73%
Não – 21%
Não soube responder/Preferir não responder – 6%
- Tentativa de corrupção na compra da AztraZeneca
Sim – 54%
Não – 40%
Não soube responder/Preferir não responder – 6%
- Tentativa de corrupção na compra da Cansino
Sim – 28%
Não – 66%
Não soube responder/Preferir não responder – 6%
- Outras
Sim – 5%
Não – 89%
Não soube responder/Preferir não responder – 6%
- Nenhuma delas
Sim – 3%
Não – 91%
Não soube responder/Preferir não responder – 6%
Entre os demais assuntos, mais da metade dos entrevistados (54%) afirma também saber da investigação da indicação do “Kit Covid” para tratamento precoce e 48% sobre a existência de um gabinete paralelo atuando junto ao Governo Federal.
Impactos
Para seis em cada dez brasileiros (61%), a vida pessoal e familiar piorou desde o início da pandemia. A pesquisa mostra que pessoas negras e pardas são ainda mais afetadas.
De acordo com a pesquisa, 40% dos brasileiros acreditam que o ano de 2021 está pior que o ano anterior. Em seguida, 24% avaliam que ambos os anos estão iguais e outros 34% afirmam que este ano está melhor. Apesar disso, os resultados mostram uma percepção mais positiva do com relação aos dados observados em março, quando 71% afirmavam que 2021 estava pior.
- Preta
Piorou: 72%
Permanece igual: 22%
Melhorou: 4%
Não soube responder/Preferir não responder – 2%
- Amarela/Indígena
Piorou: 68,32%
Permanece igual: 22,77%
Melhorou: 8,91%
- Parda
Piorou: 69%
Permanece igual: 24%
Melhorou: 6%
Não soube responder/Preferir não responder – 1%
- Branca
Piorou: 50%
Permanece igual: 39%
Melhorou: 8%
Não soube responder/Preferir não responder – 3%
Sobre a doença
Em um ano, nota-se uma redução do percentual de pessoas que afirma ter medo da doença e aumento dos que dizem não ter medo nenhum. Em julho de 2020, eram 49% os diziam ter muito medo — número que caiu para 43% em dezembro do mesmo ano e para 42% em julho de 2021. Entre os que afirmam não sentir nenhum medo, nos mesmos meses, o número subiu de 16%, para 17% e por fim 25%.
Com informações do Senado Federal.