Nise que é oncologista e imunologista,  falou que teve poucos encontros com o presidente Jair Bolsonaro e que nunca debateu imunidade de rebanho com ele após vídeos demonstrados nesta terça-feira (1). Foto: Reprodução/ Senado Federal

Nesta terça-feira (1º), a médica Nise Yamaguchi depõe à CPI da Pandemia, no Senado Federal, que correm com os trabalhos há 30 dias. A médica defensora do “tratamento precoce” para COVID-19, é oncologista e imunologista, além de diretora do Instituto Avanços em Medicina, localizado na cidade de São Paulo- SP.

O requerimento da médica como convidada foi feito pelos senadores Eduardo Girão (Podemos-CE) e Marcos Rogério (DEM-RO).

Em sua apresentação, Nise afirmou ser colaboradora de qualquer Governo e que não possui tendência partidária. No início do seu discurso, a médica relembrou que em março de 2020 já havia nota do Ministério da Saúde sobre uso de cloroquina e hidroxicloroquina, além de resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e defendeu uso dos remédios no CFM.

Ao ser questionada pelo relator, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), sobre a imunidade de rebanho, Nise afirmou que essa imunidade por contaminação era uma discussão pertinente no ano passado. Entretanto, a médica disse agora acreditar que imunidade de rebanho deve ser alcançada com vacinas.

O relator exibiu vídeos do presidente Jair Bolsonaro com críticas às vacinas e questionou à médica sobre encontros com o presidente, ela disse que nunca conversou com ele sobre o assunto e se negou a emitir considerações sobre a posição presidencial. Nise falou que teve poucos encontros com Bolsonaro e que nunca debateu imunidade de rebanho com ele.

A médica disse desconhecer ter havido um “gabinete paralelo” nos primeiros meses da pandemia, definindo-se como “colaboradora eventual”. Respondendo aos questionamentos feito pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), a médica afirmou que encontrou Bolsonaro “umas quatro vezes”, “em nenhum momento eu e ele isoladamente”, e que foi como “convidada” a uma reunião do comitê de crise interministerial.

Yamaguchi confirmou que o atraso no início do tratamento e a dificuldade de diagnóstico determinam o número de mortes e outras questões da pandemia. ”Vacinas, uso de máscaras e outras medidas é que vão melhorar a situação”, disse.

O presidente Omar, se exaltou após declaração da médica que comentou sobre suas próprias falas reproduzidas em vídeo acerca da vacinação. A médica falava que não era necessário que as pessoas tomassem vacinaaleatoriamente“. Ele fez um apelo alertando a população: “O brasileiro precisa de duas [doses] de vacina. A vacina salva”.

Aziz afirmou que Nise tem a voz calma e tranquila que se torna convincente. ”Peço que desconsiderem o que ela está dizendo em relação à vacina”, disse. Omar afirmou também que propunha à CPI suspender a sessão da CPI e votar chamar a médica para prestar depoimento como convocada.

Com informações Senado Federal