Deputado Walter Cavalcante entrará de licença por 120 dias ainda este mês. Foto: ALECE.

Apesar de seguir sendo um partido grande, nacionalmente, o MDB tem sido vítima de uma diminuição nas últimas eleições no Ceará. A busca por novas lideranças é uma prioridade do partido neste Estado, onde os principais nomes com mandato estão ainda ligados ao ex-presidente do Senado, Eunício Oliveira.

Pensando nisso, o partido tem tomado medidas para dar visibilidade a outros nomes, por meio de licenças dos parlamentares emedebistas na Assembleia Legislativa do Ceará. Atualmente, os deputado estaduais Danniel Oliveira e Leonardo Araújo estão licenciados, sendo Danniel a segunda vez nesta legislatura, enquanto Walter Cavalcante já adiantou que logo também entrará de licença.

Deputado Agenor Neto também já se licenciou enquanto Davi de Raimundão assumiu o mandato definitivamente este ano, com a eleição de Patrícia Aguiar prefeita do município de Tauá, mas antes Davi já ocupara uma vaga provisoriamente na Assembleia, também por meio de licença de um titular.

“O MDB tem cinco deputados aqui na Assembleia, a segunda maior bancada. Dos cinco, quatro já tiraram licença e eu estou tirando agora este mês. Então, vamos permitir entrar seis suplentes”, explicou Walter ao Blog do Edison Silva.

Os suplentes Rafael Branco e Gelson Ferraz ocupam as vagas deixadas por Leonardo Araújo e Danniel Oliveira, devendo Edilardo Eufrásio novamente retornar à Casa, com a licença não remunerada de Walter.

O objetivo é abrir espaço para os suplentes, que ajudaram com seus votos a compor a bancada eleita do partido. Com o fim das coligações, ficou ainda mais importante que as siglas tenham, além dos nomes mais fortes em termos de votos, outros nomes bem votados, para superar os limites do coeficiente eleitoral.

“É assim que se faz um mandato, abrindo para que todos os que concorreram às eleições possam ter a sua representatividade, possam ser reconhecidos como deputados, porque você não se elege só. São poucos os deputados no Brasil eleitos sem precisar de legenda. Na sua maioria os deputados se elegem precisando um dos outros. Então para que esse número de candidatos fique estimulado a participar de eleição, é preciso que no mandato você tire licença para dar vez também para que os que ajudaram a eleger os primeiros, possam ser representados. É o que está sendo feito no MDB”, acrescentou o parlamentar.

Walter inclusive informou que Eunício Oliveira tem ido aos municípios cearenses, para incentivar que pessoas aliadas sejam também candidatas. O parlamentar acredita que em 2022, com o crescente desgaste com a política, a abstenção deve aumentar, chegando a cerca de 30%. “Quando há uma abstenção muito grande, a tendência é o coeficiente eleitoral baixar. Mas eu trabalho com o cálculo de 100 mil eleitores para cada deputado eleito”, concluiu.