Osmar afirmou que Bolsonaro pode ouvir especialistas, assim como qualquer autoridade. ”Isso não significa que haja gabinete paralelo”, ressaltou. Foto: Senado Federal.

Nesta terça-feira (22), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, no Senado Federal, ouviu o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), suspeito de integrar ”gabinete paralelo” e assessorado as decisões do Presidente da República, Jair Bolsonaro, na condução da pandemia do coronavírus.

Questionado sobre as falas proferidas pelo parlamentar no início do contágio, ele se defendeu de ter subestimado a pandemia: “As previsões foram feitas baseadas nos fatos que existiam na época, em março”.

Ao se posicionar contra o isolamento social, Osmar Terra disse que “a política infectou a ciência” e que não poderia ficar de braços cruzados vendo coisas erradas acontecerem. O presidente da CPI, senador Omar Aziz rebateu: ”alguns políticos infectaram a ciência”.

Ao ser confrontado pelos senadores, com vídeos em que fez previsões sobre a COVID-19, garantindo que haveria baixa mortalidade, poucos casos e fim rápido da pandemia, o deputado Osmar Terra (MDB-RS) afirmou que foram previsões pessoais, que se baseavam no início do surto na China e na Coreia do Sul.

Em resposta ao relator da Comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), sobre supostas indicações e aconselhamentos ao presidente, Osmar afirmou que Jair Bolsonaro pode ouvir especialistas, assim como qualquer autoridade. ”Isso não significa que haja gabinete paralelo”, ressaltou.

O deputado disse não acreditar que sua visão sobre imunidade de rebanho tenha influenciado diretamente a gestão federal. Segundo ele, Bolsonaro ouve diversos especialistas. “Coincidimos sim na condenação ao lockdown”, dissertou o parlamentar que julgou o governo de Witzel, após prisão de uma banhista na praia no estado do Rio de Janeiro.

Osmar Terra negou ter defendido a imunidade coletiva como método para acabar com a pandemia: “A imunidade de rebanho nunca foi uma estratégia, é uma constatação de como termina uma pandemia. Isso está em todos os livros”, alegou.

Fonte: Senado Federal.