Pedro Bezerra é aliado do governador Camilo Santana (PT) e dos irmãos Ciro e Cid Gomes (PDT), Delegado Cavalcante é oposição. Foto: Divulgação.

O deputado federal Pedro Bezerra, recentemente destituído da presidência do PTB do Ceará, não foi convidado pelo presidente nacional da legenda, o ex-deputado Roberto Jefferson, para participar da solenidade de posse de Delegado Cavalcante como novo dirigente da legenda, na semana passada. O parlamentar passou a ser minoria na agremiação, mas afirmou que permanecerá no partido até onde for possível.

O pai de Pedro, José Arnon, ex-prefeito de Juazeiro do Norte, o mentor do parlamentar que comandou durante muitos anos o PTB cearense, já está no PDT. Bezerra não pode trocar de partido agora por conta do impedimento que é a Lei da Fidelidade Partidária impõe. Ele terá que esperar a chamada “janela”, no próximo ano, para trocar de partido, embora talvez nem mais seja candidato. Ele foi eleito quando o pai estava na Prefeitura de Juazeiro.

A data-limite para que Bezerra e seu grupo deixem os quadros da sigla petebista, porém, se dará entre março e abril do próximo ano, quando será aberta a “janela partidária”, que permitirá filiação e desfiliação sem qualquer punição por parte da direção da legenda. Apesar disso, o novo presidente do grêmio, deputado estadual Delegado Cavalcante, afirmou ao Blog do Edison Silva que deixará seus membros livres para escolherem o melhor momento para deixar o partido.

“Da minha parte, continuo no PTB até onde for possível. E quando for mais adiante, lá para abril, avalio minha situação e verifico o que farei”, disse o deputado federal. Bezerra e Cavalcante tem pensamentos ideológicos totalmente diferentes, principalmente, no que diz respeito ao Governo Federal e Governo Estadual.

“Aqui no Ceará eu sou base e ele é oposição, então não tenho como mudar meu entendimento apenas porque houve mudança na presidência do partido. Quem está mudando é o PTB, eu continuo o mesmo desde quando me filiei, em 2008”, disse o parlamentar. No entanto, além da mudança de direção, o partido também mudou as regras internas, o que pode dificultar a permanência de Pedro Bezerra e seu grupo político nos quadros da agremiação.

Cavalcante, por exemplo, é pretenso candidato do partido a uma das 22 vagas na Câmara Federal do Ceará. Mas Pedro Bezerra destaca que ele, por ser deputado federal, tem direito à legenda. “Isso não pode me ser tomado. Mas ele tem todo o direito de concorrer também, de ir atrás do cargo de deputado”, disse. Bezerra afirmou ainda que, neste momento, não tem buscado outro partido para se filiar.