Cearenses mais inadimplentes em abril

Foto: Marcelo Casal/Agência Brasil.

Um total de 2,41 milhões de cearenses entraram ou permaneceram na lista de inadimplentes divulgada, nesta sexta-feira (28), pela Serasa Experian. O número corresponde a 36,5% da população. Em março, eram 2,37 milhões – ou 34,8% de consumidores que não estão conseguindo pagar suas contas. A média nacional está em torno de 39%.

O maior contingente de inadimplentes está igualmente nas maiores economia e população do País, o estado de São Paulo. Por lá, o número ronda os 15,1 milhões ou 42,5% nos dois meses verificados pela entidade. Já o Piauí tem a população mais adimplente com variação percentual mínima em torno de 31%, que correspondem a 743.688, em março, e 755.657, no último mês de abril.

Os dados do mês passado apontam para 1,6 milhão de novos inadimplentes em todo o País. Com isso, os brasileiros com contas em atraso somam 63 milhões em abril de 2021, alta de 0,7% sobre o mês anterior. Em 2021, já é o terceiro aumento do índice. No comparativo com abril/20, quando houve o recorde da série histórica de inadimplentes, foi registrada queda de 4,4%.

O economista Luiz Rabi explica que a redução do auxílio dado pelo governo federal e o alto número de desempregados são alguns dos fatores que contribuem para essa tendência de alta, que deve continuar nos próximos meses. “Além desses pontos, os aumentos das taxas de juros e da inflação comprometeram a renda da população. As pessoas tiveram que priorizar os pagamentos, o que acabou deixando pendências pelo caminho”, comenta.

É verdade. Os setores que apresentaram maior crescimento no acumulado de dívidas são o de Utilities (água, luz e gás) e a combo bancos, cartões de crédito e financeiras. Estas, inclusive, foram as que mais cresceram entre março e abril deste ano – 0,7 ponto percentual.

Previsões otimistas? Sim e não

O Itaú divulgou nesta sexta-feira (28) uma previsão média de expansão do PIB (Produto Interno Bruto) para 4%, ao final de 2021. Em contraponto, estima uma queda da renda do brasileiro em 2,8% e acredita na manutenção do número de desempregados em torno dos quase 15 milhões que temos de hoje. Embora o Ceará, e especialmente Fortaleza, tenham uma trajetória econômica de crescimento antes da pandemia, nenhuma unidade da federação consegue ir contra ventos tão fortes. E um dos grandes temores da economia brasileira continua sendo a inflação.

De acordo com o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), que se refere às famílias com rendimento monetário de um a cinco salários mínimos, expandiu em abril, ao registrar 0,79%, acima de 0,65% de março. O acumulado nos últimos 12 meses já atinge 8,45%.

O INPC nacional ficou em 0,38%, abaixo do 0,86% de março, acumulando alta, nos últimos 12 meses, de 7,59%. De acordo com o analista de Políticas Públicas do Ipece, Daniel Suliano, em abril, com exceção das despesas pessoais, os outros oito grupos apresentaram alta no IPCA da RMF, com destaque para saúde e cuidados pessoais e vestuário, com altas de 1,62% e 2,3%, respectivamente.

Inflação em Fortaleza

Em abril deste ano, a inflação de Fortaleza ficou levemente mais alta. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na Região Metropolitana (RMF) marcou, em abril de 2021, 0,75%. O que representa aumento mínimo sobre de março, cuja inflação foi de 0,72%. No acumulado do ano, o índice inflacionário ficou em 3,36% contra 1,17% em igual período de 2020.

Já em 12 meses, o acumulado atingiu 8,03%. Este é o quinto maior índice dentre as 16 regiões metropolitanas/cidades pesquisadas. A saber: Rio Branco (Acre) ficou com o maior índice em abril, com 10,04%; seguida por Campo Grande (MTS), com 9,22%; Curitiba (Paraná), com 8,23%; e São Luís (MA), com 8,21%. Os dados são do Ipece.

Já o IPCA nacional, em abril, fechou em 0,31%. Menos que o de março, quando bateu 0,93%. Este ano, o acumulado no País chega a 2,37%, ficando bastante acima do 0,22% registrado em igual período de 2020. Em 12 meses, o IPCA nacional já é de 6,76%. Superando o teto da meta de 5,25% para o ano de 2021. O teto é estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).