O socialista Gabriel Aguiar, do PSOL, lembrou que o Governo Federal gastou R$ 230 milhões com publicidade. Foto: Reprodução/Youtube.

Os gastos do Governo do Estado e do Governo Federal com publicidade durante a pandemia do novo coronavírus gerou conflito entre vereadores de Fortaleza, durante sessão extraordinária virtual desta quinta-feira (13). Um dos temas levantados pelos parlamentares foi a destinação de recursos da ordem de mais de R$ 23 milhões pela Presidência da República para influenciadores digitais com o intuito que estes defendessem o tratamento precoce.

O vereador Sargento Reginauro (PROS) afirmou que o Governo do Estado gastou R$ 15 milhões com compra de medicamentos e R$ 70 milhões com publicidade durante a pandemia. O parlamentar salientou, ainda, que os recursos para a aquisição de equipamentos de proteção foram da ordem de R$ 365 mil.

“A gente precisa sair dessa cegueira de defender a qualquer custo nossos aliados políticos e não observar o que está sendo feito no Estado e no Município de Fortaleza. Ainda amargamos estarmos em um dos estados em que mais se morre por conta da pandemia do novo coronavírus”, alertou.

Adail Júnior (PDT), por outro lado, questionou quais foram os repasses que teriam sido feitos, através de emendas parlamentares, por deputados e pelo senador Eduardo Girão (Podemos), que fazem oposição ao Governo do Estado. “Há pouco mais de um ano venho pedindo ao titular da cadeira do Senado Federal, Eduardo Girão, quanto foi que o titular da cadeira que vossa excelência é suplente teve de participação nesses investimentos. O tipo de cegueira que cita precisaria ser usado primeiro por vossa excelência”, disparou contra Reginauro.

Lúcio Bruno (PDT) também participou da discussão e questionou qual teria sido a participação do senador Eduardo Girão na obtenção de recursos para a saúde do Município de Fortaleza. Segundo ele, o parlamentar de oposição não mostrou a que veio até o início da CPI da Covid, no Senado Federal. Para o pedetista, a atuação de Girão no colegiado tem servido apenas para tumultuar e defender o presidente da República, Jair Bolsonaro.

“Ninguém ouvia falar desse cidadão em canto algum. Espero que ele, que é cidadão americano, convença quem importa, que é o maior genocida de nosso País, responsável diretamente pelas quase 500 mil mortes do nosso País”, disse Bruno. “Que o cidadão americano faça o serviço para o Estado do Ceará e deixe de bajular o presidente da República, defendendo tratamento precoce, querendo tirar atenção da CPI”.

O socialista Gabriel Aguiar, do PSOL, lembrou que o Governo Federal gastou R$ 230 milhões com publicidade, no mesmo período de pandemia. “No fim do ano passado, ele tentou quadruplicar a verba com publicidade, mas essa tentativa foi barrada pelo Tribunal de Contas. Em junho do ano passado, ele tentou transferir R$ 83 milhões do Bolsa Família para a publicidade”.

“O grande escândalo foram os R$ 23 milhões empenhados para o tratamento precoce, chegando a pagar influenciadores digitais para que eles recomendassem o tratamento precoce sem falar que se tratava de uma propaganda paga, o que é crime. O Governo Federal está atrapalhando quem trabalha em prol da vida da população”, destacou Aguiar.