O senador Eduardo Girão indagou o presidente da comissão sobre a convocação de prefeitos de capitais, o presidente da CPI, Omar Aziz, chamou o senador de oportunista: ”Vossa excelência estava lá [na reunião] e escutou o que nós acordamos”. Foto: Reprodução/ Jefferson Rudy/Agência Senado

Nesta quarta-feira (26), os senadores da comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Pandemia, não votaram depoimentos. O colegiado analisou uma pauta de 142 requerimentos para convocar governadores, especialistas e ministros.

Durante as discussões o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou requerimento para ouvir o presidente Jair Bolsonaro. A convocação de presidente da República por CPI, no entanto, é um tema controverso no meio jurídico. E a decisão final foi de não chamar o presidente.

A pedido do senador cearense Eduardo Girão (Podemos-CE) para votar requerimentos para convocação do diretor-geral do Consórcio Nordeste, Carlos Gabas, e do ex-presidente da entidade, governador Rui Costa, da Bahia, o presidente da comissão Omar Aziz (PSD-AM) negou o pedido.

Além da convocação de governadores, a CPI avaliou requerimentos para ouvir prefeitos de Aracaju, Rio Branco e Porto Feliz, os ex-prefeitos de Fortaleza, São Luiz, Recife e Macapá e o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel.

O senador Eduardo Girão novamente indagou o presidente da comissão sobre a convocação de prefeitos de capitais, o presidente da CPI, Omar Aziz, chamou o senador de oportunista: ”Vossa excelência estava lá [na reunião secreta] e escutou o que nós acordamos”. Os dois protagonizaram a discussão que dirigiu acusações dos dois lados: ”o senhor é um oportunista pequeno”, afirmou Omar.

Girão acusou Aziz de ser pressionado pela população brasileira sobre a falta de vacinas e que o presidente quer mostrar apenas um lado da história, haja vista que negou o pedido de investigações dos municípios.

A comissão aprovou as convocações dos governadores de Amazonas, Pará, Distrito Federal, Tocantins, Santa Catarina, Roraima, Amapá, Rondônia e Piauí, além do ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel.

Foi também aprovadas as reconvocações do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e do ex-titular da pasta Eduardo Pazuello.

O depoimento de Carlos Wizard, empresário que trabalhou um mês gratuitamente e sem contrato para o Ministério da Saúde também foi aprovado. A CPI convocará também Arthur Weintraub, ex-assessor da Presidência da República. Em um vídeo divulgado pela imprensa, ele indica ter coordenado um grupo de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia.

A pedido do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) solicitação para o Pastor Silas Malafaia ir depor à CPI, após declarações do filho de Bolsonaro, senador Flávio, afirmar quem aconselha diariamente o Presidente da República. Omar Aziz negou o pedido por acreditar que o líder religioso aconselhou o presidente de outra forma, espiritualmente, e não sobre os rumos e cargos do Governo Federal.

A CPI da Pandemia vai realizar ainda duas reuniões para debater a eficácia de tratamentos contra COVID-19 com drogas como a cloroquina. Os parlamentares devem ouvir quatro especialistas, dois a favor e dois contra o procedimento.