Apesar de se dizer independente, Eduardo Girão é apontado como aliado do Governo Bolsonaro. Foto: Agência Senado.

Ainda em busca de presidir a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado Federal, o senador Eduardo Girão (Podemos) afirmou ser contra conflitos de interesses no comando do colegiado bem como blindagem a supostos investigados durante o processo de apuração de denúncias. Ele é autor de requerimento que estendeu o alcance da CPI para Estados e Municípios.

“O comando de uma CPI precisa ter total independência. Não pode ter conflito de interesse, precisa de isenção”, disse o parlamentar em suas redes sociais. Girão tem estranhado a indicação do senador Renan Calheiros (MDB-AL) para relatar a CPI, uma vez que o parlamentar é pai do governador de Alagoas, Renan Filho, e tem seu nome envolvido com algumas irregularidades durante sua atuação política no Congresso Nacional.

Girão tem se apegado ao discurso de que a população se coloca contra essa indicação e defendido maior participação da sociedade nessa discussão. “A população não está aceitando esse acordão que trouxe esses nomes para a presidência e relatoria. É importante que a população participe da vida política”, disse.

De acordo com ele, há vários exemplos de CPIs que terminaram em “pizza”, mas outras resultaram em prestação de serviço para a sociedade brasileira. “A gente percebe nesse acordão que o objetivo não é investigar governadores e prefeito, e centenas de bilhões de Reais que foram enviados para lá. Eles minimizam isso. E a sociedade quer toda a verdade”, defendeu.

O senador disse ter colocado seu nome à disposição da CPI para que se tenha lisura e ética no processo de investigação. “O comando da CPI diz muito qual o rumo que vai ter a CPI. A gente percebe que estão querendo pegar um pra Cristo”, afirmou o senador querendo ser o presidente da Comissão.

Apesar de se dizer independente, Girão é apontado como aliado do Governo Bolsonaro. “Nós sabemos que essa CPI vai investigar a União e também as centenas de bilhões de Reais, de verbas federais, para Estados e Municípios”, disse Eduardo Girão em suas redes sociais.