Sarto destacou o trabalho da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) para adquirir vacinas. Foto: Reprodução/CNN.

O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), em entrevista ao programa “Connect the World”, da CNN Internacional, falou sobre a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil e o trabalho da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) para tentar comprar vacinas contra a doença.

“Acho que você sabe que nosso presidente tem uma posição política. Ele é o único líder no mundo que não concorda com isolamento, com lockdown. Ele é contra as vacinas. No início da pandemia, disse que a Covid-19 era apenas uma ‘gripezinha’. Disse que as vacinas não deveriam ser compradas. E a posição dele está causando muita confusão e desinformação pelo Brasil”, respondeu à jornalista Becky Anderson, criticando às ações do Governo Federal.

Para o prefeito, a ausência de uma liderança nacional no enfrentamento à pandemia levou à criação de um consórcio pela FNP para buscar outras formas de adquirir vacinas e acelerar o processo de imunização no País.

“Tenho certeza que o mundo todo sabe, as decisões dele [Bolsonaro] estão completamente ligadas a uma visão política. Mas isso não pode ser assim. Estamos lidando com uma questão de vida, a vida das pessoas. Por isso, a gente está tão preocupado. Os prefeitos do Brasil criaram esse consórcio pra tentar comprar suprimentos médicos e vacinas”, completou.

Questionado pela jornalista sobre a decisão de vários países de fechar as fronteiras para a entrada de brasileiros, José Sarto, que é médico, lamentou, mas respondeu que entende as motivações.

“Eu acho que esses países têm suas razões e eu não os culpo. Porque a gerência da crise aqui está muito distante do que a gente precisaria. Tenho certeza que você sabe que essa variante daqui está se espalhando em uma velocidade que a gente não pode controlar. Recentemente até a França fez uma piada com o tratamento com cloroquina, constantemente defendido pelo presidente, principalmente no início da pandemia. Então, infelizmente, o Brasil se transformou no epicentro da Covid-19 no mundo. É uma pena pra gente constatar isso, mas precisamos ver isso como é, é uma realidade”, explicou.

Prefeito da quinta capital do País, Sarto ressaltou ainda que a articulação nacional de gestores municipais não tem viés ideológico. “Não é política, a gente só quer tentar salvar vidas. Porque é a obrigação da minha função como prefeito. Minha e dos demais. Porque a gente representa juntos mais de 150 milhões de brasileiros. Representamos todas as capitais do Brasil. O que estamos tentando fazer, além de discutir políticas, mas discutir a saúde e como lidar melhor com a pandemia da Covid-19″.

Com informações da ASCOM/Prefeitura.