Senador chegou a se apresentar para presidir a CPI da Covid. Foto: Agência Senado.

Um dos principais nomes envolvidos na criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado Federal que investigará, dentre outras coisas, os repasses de recursos federais no combate à pandemia do novo coronavírus, o senador Eduardo Girão (Podemos) afirma que não é governista e atua de forma independente no Congresso Nacional.

O parlamentar tem interesse em investigar prefeitos e governadores e chamou a atenção para o Consórcio Nordeste, que teria adquirido 300 respiradores, mas ainda não repassou para a população.

Girão disponibilizou vídeo de entrevista nas suas redes sociais em que afirmar ser importante instalar a CPI, uma vez que, em suas palavras, esse é um anseio da população. “Precisamos do comando de uma CPI que seja isento e que não queira fazer palanque político. Porque isso seria uma covardia com o povo brasileiro”. O senador conseguiu apoio de 45 senadores para ampliar as investigações da CPI para municípios e estados.

Ele questiona o nome do senador Renan Calheiros (MDB-AL) como relator da CPI, uma vez que Renan Filho, é governador de Alagoas e pode figurar entre os investigados.  “Como a gente vai buscar toda a verdade em estados e municípios se pode haver uma blindagem a alguns dos investigados? A sociedade está nos procurando porque acredita que precisa haver equilíbrio. Não podemos ter uma CPI já começando equivocada”.

Girão defende que todos os ministros da Saúde sejam ouvidos e disse ter total independência do Governo Federal, o que teria sido comprovada através de votações no Senado contra a gestão de Jair Bolsonaro. “Acredito que tem que ser visto a questão do oxigênio, que é o fato determinado. Essa questão da cloroquina, até onde se passou o limite do Governo Federal. Acho que tudo isso precisa ser investigado sobre eventuais omissões do Governo Federal. Mas também as centenas de bilhões de reais destinados aos governadores”.

Segundo ele, um exemplo de eventual malversação do dinheiro público estaria no Consórcio Nordeste, que conforme disse, compraram cerca de 300 respiradores que ainda não teriam sido entregues à população. “Foram comprados e até hoje a população não teve… Não veio ninguém para justificar isso”, disse.