Fotos: A.Capibaribe Neto.

A noite de quinta (25) fundiu-se com a madrugada de sexta (26) em uma festa só, ao som escandaloso dos trovões que ribombavam longe, como uma resposta às luzes fortes dos raios que faziam riscos bordados no céu. Estava cansado de ficar olhando lá fora, ora por uma janela, ora por outra. A arquitetura vista de cada lado era a mesma e ficava mais monótona assim, madrugada entrando, água caindo forte. Ninguém nas ruas nem carros. Nesse pedaço “aldetotiano” da cidade, nem mesmo os fantasmas. Ocorreu-me sair na chuva que caía sem parar, levar o carro para passear, há tanto relegado ao ostracismo na garagem do subsolo e carregar a câmara fotográfica cansada dos mesmos ângulos, vistos do 11° andar. Quando abri o portão para aventurar-me nas ruas alagadas, foi que me dei conta da hora: já passava algum das cinco. A Avenida Senador Virgílio Távora estava ali, só para mim, para se mostrar com pequenos riachos apressados, emoldurando as luzes dos faróis. Ainda assim, no meio do cenário de muita água sem compromisso para acabar, encontrei trabalhadores necessários e responsáveis, atravessando as ruas e avenidas, seguindo seus caminhos indo para onde eram pontualmente esperados. Não dava para arriscar destinos mais distantes pelas ruas alagadas ou buracos traiçoeiros, mas ao longo daquelas por onde me aventurei, essas imagens fizeram uma boa festa para as minhas lentes, também cansadas desse confinamento sem fim.

Texto e fotos de A.Capibaribe Neto

Especial para o Blog do Edison Silva.