Bolsonaro se aglomera com populares durante visita ao Ceará. Foto: Divulgação.

A visita ao Ceará do presidente da República, Jair Bolsonaro, acirrou ainda mais os ânimos entre aliados e opositores do governador Camilo Santana (PT).

Principalmente após o decreto mais rígido de distanciamento social publicado pelo chefe do Executivo Estadual, com restrições de deslocamento pelas ruas e toque de recolher mais cedo.

Enquanto Bolsonaro se aglomerar com correligionários na cidade de Tianguá e em Fortaleza, Camilo Santana inaugurou leitos para tratamento da Covid-19, sem a presença de populares, o que foi lido por aliados e desafetos como um sinal.

Mesmo sendo opositor de Camilo Santana, o deputado Renato Roseno (PSOL) afirmou que a vinda de Bolsonaro ao Ceará “afronta deliberadamente a segurança sanitária. Promove, com cumplicidade de sua claque insana, o caos”.

Após falas do governador Camilo criticando aqueles que desrespeitam as medidas sanitárias, outros parlamentares se posicionaram. O deputado federal Capitão Wagner (PROS), por exemplo, questionou aglomerações durante a campanha eleitoral do ano passado e a desativação do Hospital de Campanha de Fortaleza. A vereadora da Capital, Larissa Gaspar (PT), defendeu que cuidados sejam tomados, como uso de máscaras e distanciamento social.

Em suas redes sociais, o deputado federal José Nobre Guimarães (PT) disse que o governador Camilo sempre está “na defesa da vida. Bolsonaro sempre na defesa da morte”.

O deputado estadual Salmito Filho (PDT) também se posicionou e criticou “atitudes populistas irresponsáveis de quem tem o dever de proteger a vida da população”.

O deputado estadual André Fernandes (Republicanos), por outro lado, afirmou que se sente honrado em representar o Ceará “ao lado do melhor presidente da história do Brasil”.

O vereador/licenciado de Fortaleza, Sargento Reginauro (PROS), criticou o toque de recolher decretado por Camilo, a partir das 19 horas, nos fins de semana, e o funcionamento de academias com apenas 30% da capacidade. “Governador não resolve o problema de saúde, mas tá conseguindo acabar com a economia do Estado”, reclamou.

Já o deputado estadual Soldado Noelio (PROS) apontou falta de coerência da gestão visto licitação no valor de R$ 115 milhões para a construção de Areninhas no Ceará.

“Enquanto o presidente aglomera, o Ceará se prepara para viver essa triste realidade de responsabilidade do Governo Federal”, lamentou o deputado Acrísio Sena (PT) ao apontar a possibilidade da suspensão da Operação Carro-Pipa no Estado.

O senador Cid Gomes (PDT), por sua vez, chamou Bolsonaro de “irresponsável, despreparado e inconsequente” devido a aglomeração que promoveu na visita feita na cidade de Tianguá.