Plenário da Câmara Municipal de Fortaleza. Foto: Ascom/CMFor.

Na sessão ordinária desta quinta-feira (18), na Câmara Municipal de Fortaleza, os vereadores debateram sobre o novo decreto imposto pelo governador Camilo Santana (PT) na quarta-feira (17), principalmente quanto à suspensão das aulas presenciais em escolas e universidades, para combater o avanço do novo coronavírus (Covid-19) no Ceará.

No primeiro expediente, Pedro Matos (PROS) lamentou sobre o não retorno e demonstrou sua preocupação com a ociosidade, depressão e ansiedade que poderão surgir nos alunos sem o contato com a sala de aula.

“O governador tem que avaliar mais firmemente o retorno dessas escolas. O Dr. Cabeto [secretário de saúde do Ceará], já afirmou, sobre a escola não transmitir o vírus como é transmitido em outros locais. Tem um estudo publicado na BBC [British Broadcasting Corporation] que 1% da transmissão do coronavírus se dá nas escolas”, disse.

Dr. Luciano Girão (PP) usou o mesmo discurso do secretário Cabeto para defender a volta das aulas presenciais. “Toda cidade, nação e continente que investiu em educação teve grandes sucessos”. Ele também defendeu que professores entrem como grupo prioritários na vacinação contra a Covid-19 – atualmente aplicada em idosos de 75 ou mais e em profissionais da saúde.

Logo depois, o líder do governo na Casa, Gardel Rolim (PDT), afirmou estar em consonância com o decreto do governador e ao trabalho realizado pelo prefeito José Sarto (PDT) no combate da pandemia na Capital. Ele afirmou sobre as crianças também serem um vetor da doença, podendo vir infectar parentes.

Já no grande expediente da sessão ordinária, Carmelo Neto (Republicanos) repudiou o item do decreto, pois prejudica milhares de alunos – crianças e adolescentes – que cursam suas séries remotamente. “Quais profissionais serão esses que cursam séries importantes de suas vidas em um método de ensino que não funciona?”, questionou o republicano.

Ronivaldo Maia (PT) teceu críticas ao Governo Federal por não haver vacinas suficientes e organização no combate à pandemia da Covid-19 no Brasil e rebateu Carmelo: “Estamos pagando um preço de um país que, na hora certa, não fez as parcerias corretas para ter uma vacinação”.

Atualização 

Na tarde desta quinta-feira (18), Camilo atualizou normas do decreto anunciado: berçários e alunos da educação infantil, com até três anos de idade, das redes públicas e privadas, terão aulas presenciais, assim como estudantes da ensino superior com atividades práticas e laboratoriais.