Danilo Lopes clamou a seus pares que orientem as pessoas a permanecerem em suas casas. Foto: CMFor.

O novo decreto do governador Camilo Santana (PT), versando sobre medidas mais rígidas para evitar a proliferação do novo coronavírus entre a população do Estado, norteou os trabalhos dos vereadores de Fortaleza na manhã desta quinta-feira (18). Apesar de lamentarem os problemas que alguns setores vão enfrentar, a maioria dos parlamentares destacou a necessidade de isolamento social para se evitar uma contaminação maior nos municípios cearenses.

Danilo Lopes (Podemos), por exemplo, destacou um estudo que realizou no ano passado com mais de 2 mil pessoas, revelando que população de baixa renda, devido a crenças já estabelecidas, seria a mais afetada pela pandemia, o que se confirmou a posteriori. De acordo com ele, atualmente o Ceará vive uma segunda onda que deve ser mais danosa à sociedade do que a primeira.

“A pandemia de 1918 a 1920, a Gripe Espanhola,  que dizimou 50 milhões de pessoas, e aqui chamavam ela de bailarina, durou dois anos. Estamos na segunda onda do coronavírus, seguindo o mesmo roteiro do que aconteceu na primeira. A gente percebe que há necessidade de que as coisas funcionem, mas agora o apelo que eu faço é que orientem as pessoas a se cuidar, a usar uma máscara de proteção”, disse.

O parlamentar também destacou que o sistema de saúde está beirando o caos, tanto nas unidades públicas quanto privadas. “A gente tem que ter consciência de que o momento é de se cuidar”, disse.

Pedro Matos (PROS), por outro lado, criticou o novo decreto do governador Camilo Santana, principalmente, no ponto relacionado às escolas, públicas e privadas, com suspensão das aulas presenciais. De acordo com o republicano, essa medida pode acarretar depressão, ansiedade e inúmeros outros complexos nos estudantes.

“Se a gente não tem capacidade de fiscalizar um distanciamento social, a questão das escolas públicas não terem orientação de higiene, a gente precisa ter os olhares para as escolas particulares. Se o governador não tem eficiência de fazer medidas para as escolas públicas, as escolas privadas podem fazer, sim”, defendeu.

Gabriel Aguiar (PSOL), por outro lado, destacou que estamos vivendo em um estágio mais complicado do que há um ano. Segundo ele, existem condições mais complexas que vão para além das iniciativas sanitárias impostas nas decisões e decretos. “Caminhamos para um segundo pico e me assustei com a possibilidade de chegarmos a superar o primeiro da pandemia. Isso por conta do agravante de que pais, mães, famílias e empresários estão endividados, quebrados, com negócios falidos e crises diversas”, lamentou.

Em contraponto ao que disse Pedro Matos, Gabriel Aguiar afirmou que o fechamento temporário das escolas visam, justamente, proteger os estudantes e as famílias, uma vez que crianças podem ser vetor de transmissão da doença, muitas delas sendo assintomáticas.

Necessário

A vereadora Enfermeira Ana Paula (PDT) destacou o início dos trabalhos da Frente Parlamentar de Combate ao Coronavírus, que traçou algumas metas como a compilação de todas as propostas versando sobre a imunização da população. Ela também destacou que o grupo realizará visitas aos centros de vacinação e que em reunião com a secretária de Saúde de Fortaleza, Ana Estela Leite, foi passado que o Município não corre risco de sofrer com falta de oxigênio.

O líder do Governo na Câmara, o vereador Gardel Rolim (PDT), destacou que a única saída efetiva que se tem para a crise sanitária em que o mundo vive é a vacinação de 100% da população. Enquanto essa possibilidade ainda não está ao alcance das autoridades, o ideal é diminuir a transmissão do vírus. “É necessário que, muitas vezes, que algumas medidas, até duras, sejam tomadas para cumprir o papel de salvaguardar as pessoas”, defendeu.

Escolha correta

De acordo com ele, tanto o governador Camilo Santana quanto o prefeito de Fortaleza, Sarto, tiveram coragem para endurecer as regras de convivência na cidade. “É algo difícil para todos, mas é necessário”. Sobre o fechamento das escolas, o pedetista disse que as crianças, apesar de não apresentarem sintomas da doença, podem estar contaminadas e transmitir o vírus para seus parentes.

Luciano Girão (PP), por outro lado, afirmou que estudos mostram que o ambiente escolar é seguro e pode servir para disseminar informações que venham a colaborar no combate à pandemia. “Quem disse isso foi o secretário de saúde do nosso Estado, o Dr. Cabeto”. Ronivaldo Maia (PT) destacou que, devido aos dados “desesperadores”, o governador Camilo Santana resolveu tomar medidas mais duras, o que ele considera ser a escolha correta.