Servidores municipais foram até a sede do Poder Legislativo contra os projetos, no início do mês. Foto: Miguel Martins.

Representantes dos principais sindicatos de Fortaleza não descartam a possibilidade de protestos, na próxima semana, em frente à Câmara Municipal, quando novas propostas do prefeito Sarto de Emenda à Lei Orgânica do Município devem iniciar tramitação. As lideranças dos sindicatos criticam a falta de discussão sobre os pontos que foram apresentados em reunião realizada na quarta-feira (24) com assessores da Prefeitura.

“Eles fizeram uma reunião técnica para apresentar a proposta com poucas alterações, e ao mesmo tempo, mostrar o projeto da Reforma da Previdência, e não tivemos acesso à documentação“, explicou a presidente do Sindifort, Nascelia Silva. “A gente entende que não está tendo uma negociação propriamente dita, até porque as entidades esperam um diálogo com o próprio prefeito e os secretários das áreas interessadas”.

Conforme informou, os servidores devem estar atentos para novas mobilizações, mesmo com o período de restrição apresentado por decretos do Governo do Estado. “Devemos nos organizar, fazer uma programação coletiva das entidades até a próxima semana, até porque eles ficaram de enviar as propostas para a Câmara na segunda-feira”, afirmou.

Segundo ela, as entidades esperam ter acesso à documentação e reuniões, para uma maior mobilização entre os servidores. “Uma proposta com mais de 50 artigos não dá para ter acesso e discutir com os servidores? Uma proposta alterando uma alíquota de 11% para 14% sem discussão? Temos data-base para primeiro de janeiro e não houve aceno para este debate. Como vamos assumir essa redução? Tirando de onde?”, questionou.

Discussão

De acordo com representantes da Frente Sindical das Entidades Representativas dos Servidores e Empregados Públicos Municipais de Fortaleza, o Fersep-Fortaleza, o prefeito Sarto não está negociando com os servidores sobre pontos da Reforma da Previdência. Estaria apenas apresentando as propostas sem entregar material para que o corpo técnico jurídico desses órgãos pudesse avaliar e discutir.

“O resultado que tiramos dessa discussão é que a realidade o governo Sarto não está negociando com os servidores. Está pretendendo ganhar tempo para fazer avançar a discussão com relação a mudança na Lei Orgânica, mas garantir em conjunto a aprovação da reforma. O conjunto dos servidores tem que dizer não a essa reforma do prefeito Sarto”, informou Cláudio Nascimento, coordenador do Sindiodonto-CE.