Davi foi eleito presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, tendo Anastasia na vice. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado.

O novo presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), defendeu nesta quarta-feira (24) o respeito a posições contrárias nas discussões de projetos no colegiado. Davi foi eleito por aclamação para comandar os trabalhos da CCJ, que terá o senador Antonio Anastasia (PSD-MG) como vice-presidente, no biênio 2021-2023.

“Eu queria apelar, como ex-presidente desta Casa, com a situação que nós estamos passando no país, dependendo dessa pacificação, dessa harmonia, dessa união dos atores políticos que têm responsabilidade porque têm um mandato popular e precisam representar aqueles milhares ou milhões que lhes confiaram o voto, para que a gente possa, cada um de nós aqui nesta Casa, respeitar a legitimidade do mandato do outro, respeitar a posição daquele que é contrário, mas que a gente tente, dentro do limite, do máximo possível respeitar, posicionar-se sem agredir e sem ofender um colega, porque todos nós somos iguais, independentemente do estado e independentemente do partido político”, disse.

Único a apresentar objeção ao nome de Davi, o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) disse que tem milhares de críticas ao senador e afirmou que as palavras do presidente da CCJ ao pedir respeito seriam direcionadas a ele. Kajuru disse ter se desculpado quando se excedeu.

“Para mim a sua gestão será desastrosa. A CCJ será um puxadinho do Palácio do Planalto. Se eu errar, eu vou reconhecer. Boa sorte ao senhor e tomara que o senhor cale a minha boca”, disse Kajuru.

Após a fala de Kajuru, Davi Alcolumbre disse que relevou muitos ataques quando esteve à frente da Presidência do Senado para manter o equilíbrio institucional e a boa convivência da Casa, mas que agora cuidará do seu mandato e tomará providências quando ultrapassarem os limites.

“Eu, como senador da República, terei mais tempo para tomar providências contra aqueles que se excederam, aqueles que avançaram o sinal e saíram do debate das ideias. Durante dois anos não tive condições de fazer isso. Não é plausível ter colegas nossos que passam dos limites todos os dias e se acham imunes a tudo. Tem um regimento. Caberá ao órgão colegiado atuar nesses processos. Vamos ter que fazer urgentemente, antes que o Supremo tome uma decisão contra esta Casa, contra  aqueles que se excedem dos limites naturais de palavras, opiniões e votos”, disse Davi.

Fabiano Contarato (Rede-ES) pediu desculpas em nome de todos por ofensas de outros parlamentares a Davi, sem citar nomes.

“A minha discussão é a discussão de ideias, mas jamais eu levo para o lado pessoal. Eu não tenho procuração dos meus colegas senadores, mas queria pedir perdão pelas vezes que você foi ofendido por senadores. Ninguém tem esse direito”, assinalou.

Fonte: Agência Senado.