O opositor deputado Heitor Férrer atua de forma independente na Assembleia. Foto: ALECE.

Se 2020 foi um ano praticamente perdido para a oposição ao Governo Camilo Santana, 2021 não deve ser diferente. Pelo menos essa é a avaliação de alguns membros da bancada oposicionista na Assembleia Legislativa do Ceará.

De acordo com alguns deputados ouvidos pelo Blog do Edison Silva, a falta de unidade do grupo, somada à necessidade de isolamento social por conta da pandemia do novo coronavírus e órgãos funcionando de maneira reduzida devem prejudicar a atuação da oposição nos próximos meses.

Um dos principais opositores, o deputado Heitor Férrer (SD), atua de forma isolada na Casa, por não se sentir representado pela maioria dos membros da bancada, bem como pelo fato de seu partido, o Solidariedade, fazer parte da base governista na Assembleia. “Me mantenho isolado porque para formar bloco precisaria ser todo o partido”, destacou.

De acordo com ele, a pandemia resultou em um ponto positivo para os governantes, uma vez que a oposição teve sua atuação reduzida pela falta de tribuna. Durante 2020, parte das sessões da Assembleia Legislativa foi realizada de forma remota e depois híbrida (presencial e online). Desde o início deste ano, as sessões ordinárias estão ocorrendo apenas em um dia na semana.

“A Assembleia perdeu a vida, perdeu a alma em 2020, porque deixamos à margem o nosso mister constitucional. Neste ano, vamos continuar com dificuldades porque não poderemos, por exemplo, ir a um Tribunal de Contas, a uma unidade de saúde por conta do risco de contaminação. A oposição também está muito dispersa, mas isso é muito característico dos parlamentos brasileiros”, lamentou.

A bancada de oposição até tentou constituir um bloco na Casa Legislativa, mas até o momento nada foi concretizado. A deputada Fernanda Pessoa (PSDB) destacou a importância de se criar um grupo coeso com pautas semelhantes. No entanto, na própria sigla tucana a maior parte do partido está alinhada com o Governo Camilo Santana. O deputado Nelinho (PSDB), por exemplo, tem se aproximado cada vez mais da gestão.

“A gente precisa conversar com os outros deputados, porque o Heitor sempre é independente, o Renato Roseno tem os interesses dele. Eu sei que o Delegado Cavalcante, o André Fernandes e o Soldado Noelio têm interesse em participar do grupo.”, disse a deputada.

No entanto, ainda que um bloco seja formado, a parlamentar acredita que em 2021 a oposição terá dificuldades de atuação, principalmente, por estar impedida de receber correligionários como ocorria em dias normais. “Isso é muito ruim. Além dessas dificuldades, também temos receio de, por exemplo, realizar encontros com a população. Além disso, ainda estamos com um número reduzido de servidores, o que também prejudica nossa atividade”, disse.

Oposição na Assembleia Legislativa:

André Fernandes

Delegado Cavalcante

Fernanda Pessoa

Heitor Férrer

Renato Roseno

Tony Brito

David Durand

Soldado Noélio.