Somente três vereadores compareceram à reunião da comissão. Foto: Miguel Martins.

Depois da anulação de eleição que escolheu a vereadora Priscila Costa (PSC) presidente da comissão dos Direitos Humanos da Câmara Municipal de Fortaleza, a reunião que haveria nova votação, na manhã desta quarta-feira (17), foi suspensa por falta de quórum. Enquanto os vereadores disputam para ver quem comandará o colegiado, projetos de interesse da sociedade se acumulam no Departamento Legislativo por falta de parecer de mérito.

Passadas duas semanas desde o retorno das atividades legislativas deste ano, o colegiado é o único que ainda não escolheu presidente e vice-presidente. Na semana passada, a vereadora Priscila Costa, que é uma das principais defensoras do presidente Jair Bolsonaro na Casa, foi eleita presidente do grupo, mas o presidente da Mesa Diretora, Antônio Henrique (PDT), resolveu anular a eleição daquele dia.

Na ocasião, compareceram à reunião os vereadores Priscila Costa, Erivaldo Xavier (PSC), Emanuel Acrízio (PP), Larissa Gaspar (PT) e Adriana Nossa Cara (PSOL). Costa obteve três dos cinco votos, enquanto que Larissa conseguiu apenas dois. No entanto, o vereador José Freire (PSD), que seria membro do colegiado, protestou contra a eleição, visto que ele não havia sido comunicado do encontro.

Acontece que até aquela ocasião, o membro do grupo era Fábio Rubens (PSB) e não Freire. Segundo informações da Casa, vereadores das comissões de Educação, Saúde e Direitos Humanos tinham feito permutas sem o consentimento da Casa, o que resultou na confusão entre os membros dos colegiados. Por conta disso, Antônio Henrique resolveu anular a eleição.

Nesta quarta-feira (17), compareceram ao novo encontro marcado da comissão dos Direitos Humanos, apenas os vereadores Emanuel Acrízio, Erivaldo Xavier e Priscila Costa, não sendo registrado o quórum mínimo para votação. Larissa Gaspar justificou ausência, pois teria ido ao enterro de um parente. No entanto, a parlamentar, minutos antes da reunião, se pronunciou em cima de carro de som montado na frente da Câmara Municipal por servidores municipais que se manifestaram contra a Reforma da Previdência do prefeito Sarto.

Esta ação de Gaspar foi criticada por Priscila Costa, que levou o assunto à tribuna do Plenário Fausto Arruda. Adriana Nossa Cara, apesar de estar presente na Câmara, também não compareceu a tempo para que o quórum mínimo fosse registrado. Tia Francisca (PL) justificou ausência afirmando que estava doente e José Freire só compareceu após o término da reunião.

Comissões

De acordo com vereadores membros do colegiado, uma nova reunião deve ser marcada para a escolha dos nomes, o que pode acontecer na próxima semana. “A eleição estava prevista para iniciar às 9h30. Cheguei na Casa às 7h30 para participar e entender o motivo da nova eleição. Porém, os vereadores que reivindicaram, sequer compareceram, como a vereadora Larissa Gaspar, que é a oponente derrotada na primeira eleição”, reclamou Priscila Costa.

A vereadora Priscila usou a tribuna e solicitou à presidência da Câmara, também por meio de ofício, a revogação do ato de anulação de sua eleição. “O departamento das Comissões precisa entender que não pode pedir uma nova instalação de comissão, pois o ato ameaça um direito líquido e certo conquistado por mim”, reivindicou. No entanto, o presidente da Mesa Diretora, Antônio Henrique, que estava presente à sessão ordinária, não acatou a argumentação da parlamentar.