Manifestações têm contado apenas com apoio de opositores ligados a Capitão Wagner. Foto: Divulgação.

Desde a semana passada, quando o governador Camilo Santana editou novo decreto com restrições mais severas contra atividades comercias e não essenciais em Fortaleza, parte da oposição à gestão do prefeito da Capital, Sarto, se insurgiu, inclusive, realizando manifestações na frente da Assembleia Legislativa do Ceará, e, nesta segunda-feira (08), nos arredores da Praça Portugal.

A outra bancada oposicionista, por outro lado, defende as medidas mais restritivas já em vigor, inclusive, se opondo aos movimentos realizados até aqui.

O Partido dos Trabalhadores (PT) já afirmou que fará oposição à gestão de Sarto, porém, o principal aliado do prefeito no Ceará é justamente o governador do Estado, Camilo Santana, que está filiado à sigla petista.

Na semana passada, durante embates no Plenário Fausto Arruda, enquanto o vereador Márcio Martins (PROS), Priscila Costa (PSC), Carmelo Neto (Republicanos), Pedro Matos (PROS) e Inspetor Alberto (PROS) criticavam os chefes do Executivo da Prefeitura e do Governo Estadual, o vereador Guilherme Sampaio, presidente do PT, defendia as medidas adotadas.

O vereador Gabriel Aguiar, do PSOL, foi outro parlamentar membro da oposição que subiu à tribuna para defender as medidas restritivas adotadas pelo governador Camilo Santana. Após defender as ações, o socialista voltou ao púlpito da Câmara Municipal de Fortaleza para ressaltar que não estava defendendo o Governo de Camilo, mas as restrições impostas para bares e restaurantes, por entender que são espaços que podem atrair muitas pessoas, tornando-se lugares com aglomerações.

Na manhã desta segunda-feira (o8), Márcio Martins, Carmelo Neto, Inspetor Alberto e outros vereadores, além de deputados estaduais tentaram realizar movimento contra o decreto do governador Camilo Santana, marchando rumo ao Palácio da Abolição mas foram impedidos com barreiras montadas no local. Os manifestantes se dispersaram e realizaram manifestações em ruas e avenidas próximas ao equipamento.

Os donos de bares e restaurantes exigem o retorno das atividades em horário normal e também defendem medidas que auxiliem os profissionais dessa área. Músicos e motoristas de aplicativos também participaram do movimento. De acordo com Márcio Martins, outra manifestação foi marcada para acontecer na próxima quinta-feira (11).

Antagonismo

Há uma diferença gritante entre as duas oposições ao prefeito Sarto. De um lado está o PSOL e PT, que se alinharam ao pedetista durante o segundo turno das eleições municipais do ano passando, fazendo o que eles denominaram de “apoio crítico” à candidatura de Sarto. Do outro, os vereadores do PROS, Podemos, Republicanos e PSC, aliados de primeira ordem do candidato derrotado Capitão Wagner (PROS) e alinhados ao presidente Jair Bolsonaro.

A possibilidade de esses dois grupos estarem do mesmo lado quando da discussão de pautas na Casa é nula, uma vez que o antagonismo das duas bancadas remete a questões ideológicas que foram tomando conta do País nos últimos anos. Para se ter uma ideia, até mesmo quando da discussão da Reforma da Previdência, a ser encaminhada pelo Poder Executivo em breve, parlamentares de esquerda e de direita tenderão a estar em lados opostos.

Oposição a Sarto à esquerda

Guilherme Sampaio, Larissa Gaspar, Ronivaldo Maia (PT)

Adriana Nossa Cara, Gabriel Aguiar (PSOL)

Oposição a Sarto à direita:

Inspetor Alberto, Márcio Martins, Pedro Matos, Julierme Sena (PROS)

Ronaldo Martins, Carmelo Neto (Republicanos)

Priscila Costa (PSC)

Danilo Lopes (Podemos).