José Sarto ao lado de dirigentes petistas durante o segundo turno da campanha eleitoral. Foto: Divulgação.

Membros da executiva municipal do PT em Fortaleza decidiram, na semana passada, que farão oposição ao Governo de Sarto na Câmara Municipal de Fortaleza. Após contestação da Resolução por alas descontentes com a ação, a executiva estadual decidiu suspender a decisão local.

Com isso, o prefeito Sarto acredita que poderá, ainda, contar com os três membros da legenda em sua base governista.

Em entrevista coletiva, após ser empossado como prefeito, na sexta-feira (01), Sarto voltou a acenar para a bancada do PT na Casa, formada pelos vereadores Ronivaldo Maia, Larissa Gaspar e Guilherme Sampaio. Este último presidente da executiva municipal da legenda em Fortaleza.

Sarto afirmou que os parlamentares petistas são qualificados e teria orgulho de tê-los junto à sua base governista. Ainda acenando para o PT de Fortaleza, o prefeito disse que votou em Fernando Haddad (PT) para presidente no segundo turno das eleições presidenciais, quando Jair Bolsonaro (sem partido) se consagrou vitorioso.

“Na verdade, eu faço o chamamento a todos os que têm espírito público neste momento por Fortaleza. Certamente os vereadores do PT têm essa compreensão. O PT tem suas razões e eu teria e tenho maior orgulho de, se tiver o concurso da inteligência deles… Porque são vereadores qualificadíssimos”.

O chefe do Poder Executivo afirmou que possui interlocução fluida com o Partido dos Trabalhadores, destacando que o momento impõe algumas renúncias. No entanto, prefere não opinar sobre decisões partidárias internas da legenda. “Ao partido cabe discutir internamente suas posições. Me alegraria muito hoje se o PT viesse. Lembrando que o governador é do PT e temos essa parceria. Queria ter essa oportunidade, mas não posso adentrar na ambiência do partido”, justificou.

A bancada de oposição ao prefeito Sarto, até o momento, é formada por dez vereadores, podendo chegar ao total de 13 com um eventual ingresso dos três membros do PT.

De acordo com a Resolução da executiva municipal do Partido dos Trabalhadores, o resultado das eleições deste ano em Fortaleza “por pequena margem aponta os limites do projeto político que vinha em curso em Fortaleza , e reforça a responsabilidade do PT em defender seu programa na Câmara, através de uma oposição qualificada , pela esquerda, e aberta ao diálogo com o campo progressista e com a administração”.

No momento seguinte, alas descontentes com a decisão entraram com recurso junto à executiva estadual que acatou o pedido. Em nota, esses grupos petistas, incluindo deputados federais, estaduais e com o apoio do governador Camilo Santana, afirmaram que a direção municipal se antecipou e definiu “de forma precipitada o posicionamento político do partido no município” desconsiderando o diálogo com lideranças e setores importantes, tais como dois deputados federais, três deputados estaduais, prefeitos/as eleitos e lideranças dos movimentos sindical e sociais.

“A decisão proferida hoje é afrontosa ao diálogo democrático com as diversas vozes que compõem nosso partido. O PT não tem dono! Deve expressar a primazia de sua diversidade e democracia interna. Assumimos a responsabilidade histórica de exigir o aprofundamento do diálogo e a avaliações de questões que envolvem o caráter estratégico nacional do nosso partido”, conclui a nota.