O Brasil se mantém como o país que mais mata pessoas trans no mundo. Foto: Reprodução/Senado Federal.

No Brasil, 29 de janeiro é o Dia da Visibilidade de Transexuais e Travestis. Criada para ampliar as oportunidades de reflexões sobre a cidadania dessas pessoas, a data, segundo senadores que se manifestaram pelas redes sociais, é fundamental para ampliar a luta por mais respeito, dignidade e de combate à violência da população transexual.

“Dia da Visibilidade Trans. É necessário reafirmar a defesa da vida e dos direitos das pessoas trans, alvos de todo tipo de violências que precisam ser combatidas e punidas efetivamente. A diversidade de gênero tem de ser respeitada, com a força da lei”, disse o senador Fabiano Contarato (Rede/ES).

De acordo com o relatório elaborado pela Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), por meio de dados coletados em notícias veiculadas na mídia, o Brasil se mantém como o país que mais mata pessoas trans no mundo.

Somente em 2020, 175 travestis e mulheres transexuais foram assassinadas, uma alta de 41% em relação ao ano anterior, registrando 124 homicídios. Ainda conforme a Antra, esse número faz de 2020 o ano com mais mortes em comparação aos quatro últimos, quando foi iniciado esse tipo de levantamento de dados no país.

Para a senadora Maria do Carmo (DEM/SE), o respeito e o combate à discriminação devem prevalecer para que o Brasil consiga mudar esse cenário. “Hoje é o dia oficial dessa causa, que visa um Brasil com mais respeito pela escolha do outro. Convido vocês a refletirem sobre o tema: como seria um país com menos preconceito, violência discriminações por razões de gênero? Vamos viver a aceitação e o respeito com o próximo!”, defendeu em suas redes sociais.

O líder do PT, Rogério Carvalho (SE), também lembrou a data defendendo “o direito de ser quem se é”. “Hoje é o Dia Nacional da Visibilidade Trans, dia de refletir, tudo começa com respeito. Chega de intolerância, discriminação e preconceito. O verdadeiro amor cristão é aquele que ama o próximo como a si mesmo!”, ressaltou.

Data

A data foi escolhida em 2004, por ter sido marcada pelo lançamento oficial da campanha “Travesti e Respeito”, promovida pelo Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde. A ação foi lançada por um grupo de ativistas trans, no Congresso Nacional, e até hoje representa um marco importante para reforçar a luta por direitos.

Além de alertar sobre os números alarmantes relacionados à violência promovida por ódio e preconceito contra a população transexual, a data busca promover reflexões sobre o respeito à identidade de gênero e à orientação sexual, garantir fácil acesso do sistema para que essas pessoas utilizem seu nome social, assegurar tratamentos de saúde e acompanhamento de seus processos de transição de gênero, promoção de políticas públicas para a inserção de transexuais e travestis no mercado de trabalho, entre outras iniciativas.

Fonte: Senado Federal.