Enfermeira Monica Calazans

A enfermeira Monica Calazans, 54 anos, foi a primeira pessoa a receber a vacina contra o coronavírus no país. Foto: Reprodução/ Governo do Estado de São Paulo

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, comentou logo depois do anúncio que todas as vacinas são bem-vindas e elogiou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável pela decisão.

”Seja de onde for, venha de onde vier, a vacina é essencial para que possamos retomar as rédeas de nossas vidas. Vem, vacina! Guiada pela ciência, a Anvisa acaba de autorizar o uso emergencial da CoronaVac e da Oxford”, afirmou Davi, fazendo referência às duas vacinas aprovadas no domingo (17).

A CoronaVac foi desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e está sendo produzida no Brasil pelo Instituto Butantan. Já a Oxford é um trabalho de pesquisadores da universidade inglesa e do laboratório anglo-sueco AstraZeneca e será produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Líder do MDB, o senador Eduardo Braga (AM) cobrou o início imediato da vacinação com acesso universal e gratuito. Em dezembro, o Senado aprovou um projeto de lei que prioriza o Sistema Único de Saúde (SUS) na distribuição das vacinas até que a meta nacional de imunização seja alcançada. ”Anvisa aprovou o uso emergencial das vacinas CoronaVac e Oxford. Esperança na luta para que possamos salvar vidas e superar essa terrível pandemia. Vacina já, universal e gratuita”, escreveu.

Segundo o Ministério da Saúde, a distribuição de vacinas para os estados já começa nesta segunda-feira (18). O início da vacinação está previsto para o dia 20, com três fases para grupos prioritários já definidas.

A primeira contempla profissionais da saúde, idosos acima de 75 anos, pessoas em instituições de cuidados e populações indígenas e ribeirinhas. Depois serão atendidos os idosos entre 60 e 74 anos e, na terceira fase, pessoas com comorbidades como doenças respiratórias e cardiovasculares. Pela estimativa, mais de 49 milhões de pessoas serão imunizadas nessas primeiras etapas.

Profissionais da educação, da segurança pública e do sistema prisional também constam como grupos prioritários, mas ainda não está prevista uma fase para eles.

Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a senadora Simone Tebet (MDB-MS) afirmou que ”a ciência venceu” e que o próximo passo é fazer a vacina chegar a todos os brasileiros. ”A vacina é o caminho mais seguro para impedir a repetição das cenas de horror que assistimos na última semana em Manaus. Esperamos agora um plano nacional de vacinação para todo o país”, publicou ela.

O líder do DEM, senador Rodrigo Pacheco (MG), também registrou a aprovação unânime da CoronaVac e da Oxford e disse que o dia entra para a história do país. ”Ambas se tornam as primeiras vacinas contra covid a poderem ser aplicadas no Brasil. Uma esperança para os brasileiros”, comemorou o parlamentar.

Ciência

Em suas manifestações, senadores da oposição também criticaram o Governo Federal por uma postura de ”negacionismo” frente à pandemia e à necessidade da vacinação. Eles celebraram a chegada da vacina como um triunfo da ciência e das instituições de pesquisa brasileiras.

Para o líder do PT, senador Rogério Carvalho (SE), a notícia das vacinas é uma esperança e um alento quando o país vive ”num momento tão conturbado”.

”Temos que conviver com um presidente que nega a ciência e a consequência são milhares de vidas perdidas. O próximo passo agora é encontrar um caminho para garantir a vacinação para todos os brasileiros. E impedir que a desinformação continue”, observou.

O líder da Rede, senador Randolfe Rodrigues (AP), ressaltou a união nacional entre autoridades e profissionais que viabilizou a chegada e aprovação das vacinas no Brasil.

Viva a ciência! Viva os profissionais de saúde! Viva o Butantan! A aliança que construímos pela vacina é humanitária, em defesa da ciência contra o negacionismo e a favor da vida dos brasileiros. É a aliança civilizatória em tempos de barbárie”, destacou.

Já a líder do Cidadania, senadora Eliziane Gama (MA), alertou contra o uso político da vacina, destacando que a sua aplicação deve ser guiada pelos critérios técnicos.

”Esperamos que a aplicação do medicamento seja rápida, salvando vidas e desafogando as unidades da saúde. E que a demagogia e o marketing oportunista não atrapalhem a ciência. Vamos trabalhar intensamente para que todas as famílias sejam imunizadas”, declarou.

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, afirmou que o Governo Federal financiou a produção da CoronaVac pelo Butantan, com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) recebidos pelo instituto — que é um órgão público. Ele também destacou que a vacinação não será obrigatória.

”Governo Bolsonaro bancou vacina do Butantan! Agora que a Anvisa aprovou o uso emergencial de duas vacinas contra a covid-19, elas serão gratuitas e não obrigatórias a todos os brasileiros! Com responsabilidade, vamos continuar recuperando o Brasil, salvando vidas e empregos!”, disse o senador.

Precauções

Apesar da alegria demonstrada pela autorização para que a vacinação tenha início no país, alguns senadores destacaram a necessidade de manutenção das medidas sanitárias preventivas contra a COVID-19, como o distanciamento social e o uso de máscaras. Eles alertaram que, enquanto a vacinação não atingir um número suficiente de pessoas, é preciso continuar seguindo as orientações para impedir a disseminação do vírus.

O senador Wellington Fagundes (PL-MT), membro da comissão mista do Congresso Nacional que acompanha a situação da pandemia, afirmou que o colegiado continuará atento às suas responsabilidades e pediu que os cidadãos mantenham os cuidados habituais.

”Seguiremos trabalhando para que essa imunização ocorra de forma ordenada e que nossa população possa voltar aos seus dias de normalidade o mais rapidamente possível. Até lá, quero reforçar o pedido para que se protejam e sigam as recomendações das autoridades de saúde: usem máscara, distanciamento social, higienização das mãos. Vamos vencer essa guerra!”

A senadora Zenaide Maia (PROS-RN) salientou que, fora a vacina, não existe tratamento cientificamente comprovado para a COVID-19. Enquanto a vacinação não começa, a melhor medida, segundo ela, são as precauções.

”É preciso continuar respeitando o distanciamento social, lavando as mãos com frequência, usando máscaras e álcool em gel. A confiança na ciência e nas vacinas também foi encorajada, mensagem necessária para unir a população em torno do bem comum. A vida vai vencer!”, dissertou a senadora.

O senador José Serra (PSDB-SP), que foi ministro da Saúde, criticou a atual gestão da pasta, que, segundo ele, não conhece o Sistema Único de Saúde (SUS) e se comunica mal com a população. Ele deixou claro que o país ainda vive uma situação grave, mesmo com a chegada das primeiras doses das vacinas.

”Embora devamos comemorar a autorização de uso emergencial das vacinas, preocupa o efeito de uma campanha de vacinação que se inicia sem vacinas suficientes. O risco de imediata interrupção da vacinação por falta de insumos é enorme. E o risco de a população relaxar ainda mais na adoção das medidas de isolamento social também é imenso”, ponderou.

Outras publicações

Tasso Jereissati (PSDB-CE)

“Ótima notícia: a Anvisa aprovou, agora a tarde [de domingo], os pedidos de uso emergencial das vacinas CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, e AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a Fiocruz. As vacinas já podem ser distribuídas para imunizar a população”.

Alvaro Dias, líder do Podemos (PR)

“A vacina em tempo recorde é uma conquista histórica da ciência e grande esperança da humanidade. Que venha logo e em quantidade suficiente para imunizar todo povo brasileiro”.

Roberto Rocha, líder do PSDB (MA)

“A notícia que todos os brasileiros esperavam. A Anvisa autorizou o uso emergencial da CononaVac. Agora, vamos virar esse jogo contra esse inimigo invisível e letal, que tirou tantas vidas pelo Brasil”.

Fonte: Senado Federal