Ex-vereador diz que partido está avaliando de forma coletiva o processo eleitoral. Foto: CMFor

Apesar de eleger poucos quadros para a Câmara Municipal de Fortaleza ao longo das últimas décadas, o Partido Comunista do Brasil, o PCdoB, neste período, sempre teve representação na Casa Legislativa, o que não vai se repetir a partir da próxima Legislatura. Último vereador com mandato no Legislativo da Capital cearense, Evaldo Lima, que não conseguiu reeleição, afirmou ao Blog do Edison Silva que a sigla precisa tirar lições do que ocorreu no processo eleitoral para tentar se reerguer em disputas futuras.

Segundo ele, 2022, ano de eleições gerais no Brasil, o PCdoB estará completando 100 anos de fundação, sendo uma legenda presente nas discussões políticas do País, mantendo representação no Legislativo de Fortaleza desde o fim da década de 1980. Ele citou, por exemplo, nomes como os dos ex-vereadores Chico Lopes, Inácio Arruda, Lula Morais e Eliana Gomes.

Para o ex-vereador, para além das discussões políticas na Câmara Municipal o partido atua na institucionalidade, tendo contribuído com políticas públicas na área da habitação popular, cultura e regularização fundiária. Ainda de acordo com ele, para além dos muros das instituições políticas, a legenda atua nos movimentos sociais, comunitários e universidades. “O PCdoB continuará nessa luta em defesa da educação, da razão, da ciência, em defesa do Brasil”, disse.

Segundo Evaldo, durante o processo eleitoral alguns pontos contribuíram para a derrota nas urnas em Fortaleza, como a desistência de alguns nomes na disputa. O PCdoB contava com as candidaturas de Eliana Gomes, Josenias Gomes e Chico Lopes, o que não aconteceu, por motivos de saúde e questões pessoais.

“Tivemos uma chapa com quadros valorosos, mas não eram experimentados nas urnas. Não tinham acúmulo de eleições passadas. Eu, particularmente, tive mais votos do que dez dos vereadores eleitos, mas a gente tem que defender as regras do jogo democrático”, disse.

De acordo com Lima, o partido precisa tirar lições do processo eleitoral que passou, o que segundo ele deve ser feito de forma coletiva. “A gente precisa aprender com as lutas políticas. Temos que nos aproximar da luta de nossa gente. Mas essa é uma avaliação que está sendo feita de forma coletiva”, declarou.

Na disputa eleitoral deste ano, o PCdoB não conseguiu reeleger seu único quadro na Câmara Municipal. Apesar de Evaldo Lima ter conquistado 5.501 votos, a sigla não atingiu o quociente eleitoral do pleito deste ano que não houve a coligação proporcional. No total, o grêmio recebeu 16.993 votos para vereador, bem abaixo do necessário para se fazer uma vaga no Legislativo da Capital, que foi de 29,4 mil.

Como na disputa deste ano foi proibida a coligação proporcional, o PCdoB apresentou quase o triplo de candidatos com relação ao pleito de 2016, quando registrou apenas 17 candidaturas. O presidente estadual da sigla, Luis Carlos Paes, se colocou à disposição para ajudar a legenda, e obteve apenas 445 votos para vereador de Fortaleza. 

Vereadores do PCdoB na Câmara Municipal de Fortaleza ao longo dos anos:

Inácio Arruda

Chico Lopes

Lula Morais

Eliana Gomes

Evaldo Lima.