Leonardo Araújo esteve ao lado do candidato Sarto (PDT) no segundo turno da campanha. Foto: Reprodução/Facebook.

Os membros do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) ainda estão se recuperando das eleições municipais deste ano no Ceará, quando a legenda perdeu espaços estratégicos nas localidades em que disputou prefeituras.

A legenda, porém, já está de olho em 2022 e para isso prepara uma nova rodada de licenças parlamentares para permitir que suplentes do grêmio se apresentem à população.

Em Fortaleza, segundo informou o deputado Leonardo Araújo, a tendência é que a sigla emedebista apoie a gestão do prefeito eleito Sarto (PDT). No entanto, o partido não conseguiu eleger um vereador sequer para fazer parte da base governista do novo gestor.

De acordo com Araújo, diante da situação do partido em todo o Ceará, é preciso que a sigla tenha foco na reestruturação de sua base, em cada um dos municípios onde está representada, visando um futuro enfrentamento em nível estadual.

O MDB, que em 2016 elegeu 25 prefeitos, no pleito deste ano conseguiu o comando de apenas 17 prefeituras, perdendo, inclusive, cidades estratégicas para suas lideranças políticas.

O partido caiu da segunda colocação para a quarta em todo o Estado, o que fará com que os dirigentes do grêmio repensem estratégias para os próximos pleitos. Leonardo Araújo, porém, afirma que houve um esforço nacional de forças contrárias aos emedebistas no sentido de desconstrução do partido. No entanto, segundo avalia, a legenda ainda tem a maior representação nos municípios brasileiros.

Segundo ele, o mesmo aconteceu no Ceará, a partir da figura do presidenciável Ciro Gomes (PDT). Por conta das perdas ocorridas, a legenda visa, a partir de agora, aceitar apenas aqueles filiados que sejam fiéis aos ideias partidários da sigla.

Ele destacou que o partido obteve vitórias em alguns municípios considerados estratégicos como em Guaraciaba do Norte, Pacatuba, Madalena e Paramoti. “Temos a concepção de que não tivemos derrotas, porque aqueles que foram fiéis ao partido se reelegeram de forma aclamatória. Isso demonstra que o MDB tem sua vitalidade e aqueles que diziam que iriam tirar o MDB do mapa, viram o partido eleger 17 prefeitos e 19 vice-prefeitos”, disse.

A partir da saída da deputada Patrícia Aguiar (PSD) dos quadros da Assembleia Legislativa para assumir a Prefeitura de Tauá, nos Inhamuns, o suplente Davi de Raimundão (MDB) será efetivado e a sigla emedebista passará a ter cinco nomes na Casa. De acordo com Leonardo Araújo, logo no início do próximo ano a legenda voltará a dar espaço a outros nomes que não conseguiram se eleger em 2018.

Nós já estamos pensando em 2022  e por isso demos oportunidade aos suplentes, fizemos o revezamento. Isso é prova da valorização do voto da coligação. Uma parte da imprensa não entendeu, mas isso não onerou o Estado. Unicamente fortaleceu o partido e o voto proporcional”, afirmou.

A ideia, segundo ele, é fazer com que Edilardo Eufrásio e Rafael Branco tenham espaço na Assembleia, a partir do próximo ano. No entanto, antes de Branco, logo após Edilardo, o suplente da vez é o ex-vereador Gelson Ferraz, que disputou em 2018 pelo PRB, atualmente Republicanos. Leonardo Araújo afirmou que vai ser preciso antes dialogar com as lideranças da sigla republicana.

“Eles precisam ter essa representatividade, e vamos continuar com essa questão de revezamento”, disse o deputado, afirmando ainda que está disponível para qualquer necessidade partidária que tenha como objetivo a oxigenação da agremiação.

Ainda sobre o resultado em Fortaleza, ele destacou que a relação do MDB com Sarto é direta, uma vez que MDB e PDT fazem parte da base de apoio do governador Camilo Santana. Um dos deputados emedebistas, Danniel Oliveira, faz parte da Mesa Diretora comandada atualmente pelo pedetista. “Temos uma relação muito salutar com o prefeito Sarto. Vamos ampliar e avançar na conversação, porque a possibilidade é grande de estarmos na base”, disse.