Vereadores do PROS e do PT que foram reeleitos para a próxima legislatura. Foto: Divulgação.

O Partido dos Trabalhadores (PT) em Fortaleza ainda não definiu que posicionamento deve tomar com relação à gestão do prefeito Sarto (PDT). No entanto, tudo leva a crer que a bancada petista na Câmara Municipal fará oposição ao futuro chefe do Poder Executivo da Capital. A tendência é que os membros da agremiação, nesse ponto, estarão alinhados com os parlamentares do PSOL, mas em constante conflito com relação ao presidente Jair Bolsonaro.

Isso tende a levar as bancadas de oposição, que são ideologicamente antagônicas, a disputarem por um protagonismo na Casa Legislativa. Na Legislatura que se encerrou na última quinta-feira (17), faziam parte do grupo oposicionista apenas Sargento Reginauro, Márcio Martins e Julierme Sena, do PROS, e os petistas Guilherme Sampaio, Larissa Gaspar e Ronivaldo Maia.

Para a próxima Legislatura, novos nomes chegarão em busca de espaço. Dentre eles estão: Inspetor Alberto (PROS) e Carmelo Neto (Repu), ambos bolsonaristas e alinhados na esfera local com o deputado federal Capitão Wagner (PROS) e o deputado estadual André Fernandes (Repu).

Além desses, o ex-deputado federal Ronaldo Martins (Repu) deve iniciar atuação como vereador de Fortaleza, depois de passar pela Câmara de Caucaia, Assembleia Legislativa do Ceará e Câmara Federal. Martins sempre esteve ao lado do grupo dos irmãos Cid e Ciro Gomes, assim como das gestões de Roberto Cláudio e Camilo Santana, mas resolveu romper com a base governista e se alinhar com a oposição.

A vereadora Priscila Costa (PSC) também faz parte desse grupo e tem relação direta com alguns ministros bolsonaristas, em especial, com a ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves. Esses vereadores, somados aos três parlamentares do PROS reeleitos (Reginauro, Julierme e Márcio Martins), devem compor a oposição mais à direita, alinhada diretamente com o Governo Central.

Bruno Mesquita (PROS), Danilo Lopes (Pode), Wellington Sabóia (MDB), Germano Heman (MDB) e Erivaldo Xavier (PSC), ainda que tenham sido eleitos pela coligação que apoiou Capitão Wagner na disputa majoritária, devem ter outro tipo de comportamento na Casa. Alguns tendem a se alinhar com Sarto, enquanto que outros atuarão de forma independente.

Márcio Martins liderou parte da oposição na Câmara, uma vez que seu grupo não formou bancada com o PT, outra metade oposicionista na Casa. No entanto, para a próxima Legislatura, além do comando do grupo oposicionista, os vereadores eleitos vão brigar por protagonismo no Legislativo.

Oposicionistas

Do outro lado, mais à esquerda no espectro ideológico, temos Gabriel Lima e Adriana “Nossa Cara”, ambos do PSOL. Caso o PT confirme permanência na oposição, o grupo será formado por cinco membros que estará em constante confronto com a bancada oposicionista de direita.

Os embates entre os dois grupos oposicionistas serão inevitáveis, visto o estilo dos parlamentares membros dessas bancadas e a necessidade de mostrar serviço para seus eleitores. Isso poderá ofuscar, em algum momento, um maior empenho por parte dos oposicionistas em acompanhar mais de perto a gestão municipal, visto que os vereadores tenderão a dispensar energias para propósitos mais ideológicos.