Elpídio Nogueira foi à tribuna protestar contra panfletos apócrifos. Foto: CMFor.

Vereadores da Câmara Municipal de Fortaleza utilizaram boa parte de seus pronunciamentos, na sessão ordinária desta quarta-feira (25), para denunciar o uso de notícias falsas visando confundir o público religioso da Capital. De acordo com eles, panfletos apócrifos têm sido distribuídos em igrejas da cidade orientando os fiéis a não votarem no candidato governista, Sarto (PDT).

Parlamentares com base religiosa se posicionaram contra a ação que atribuíram ao candidato oposicionista Capitão Wagner (PROS). O primeiro a criticar o panfleto foi o vereador Elpídio Nogueira (PDT), irmão de Sarto, e membro de igreja evangélica.

Segundo ele, já no primeiro turno o panfleto foi distribuído em diversas igrejas acusando Sarto, por exemplo, de fazer parte de partido que defende atos que vão de encontro aos ideais da fé cristã.

“As pessoas estão indo para um vale tudo sem limites. No último domingo espalharam nas igrejas evangélicas um panfleto apócrifo, anônimo, dizendo: porque meu pastor não vota no Sarto. Essa é a maneira que pessoas que se dizem cristãs estão se envolvendo em uma campanha de baixíssimo nível”.

Além do panfleto, áudios também estariam sendo divulgados nas redes sociais dando conta de uma suposta irmã paraplégica de Sarto que teria sido abandonada pela família. Elpídio teve que citar os nomes de todos os seus irmãos e explicar que nenhum deles é paraplégico ou estaria abandonado.

“Além de crime eleitoral, isso se constitui em crime tipificado na Lei brasileira. Felizmente conseguimos identificar a pessoa e ela receberá notificação para responder por esse crime”, afirmou. Elpídio também chegou a insinuar que uma colega na Câmara Municipal de Fortaleza estaria por trás da reprodução do panfleto apócrifo.

Em dado momento, ele lembrou o caso do presidente do PSC, Pastor Everaldo, que foi preso por envolvimento em irregularidades no Governo do Estado do Rio de Janeiro. “Nem por isso vamos dizer que fulano é ligado a partido que seu presidente foi preso, nem por isso vou dizer isso”, afirmou.

Os vereadores também denunciaram que há notícias falsas sendo espalhadas nas redes sociais dando conta de um projeto que teria sido aprovado pela Câmara Municipal proibindo cultos religiosos ao ar livre. As críticas também recaem sobre o estatuto do Partido Democrático Trabalhista, o PDT. No entanto, segundo Elpídio, a agremiação defende a liberdade de culto religioso de todas as religiões.

Para Idalmir Feitosa (PSD), as denúncias feitas de forma apócrifa, não passam de calúnias e difamações contra o candidato do PDT. Segundo ele, o compromisso de Sarto é “ser o pregador da verdade, fazer com que o povo de Fortaleza seja engrandecido pelo que disse Jesus Cristo: eu sou o caminho, a verdade e a vida”.

Também membro de igreja evangélica, o vereador Gardel Rolim (PDT) afirmou que na atual legislatura houve aprovação de propostas que permitiram a liberdade de religião das pessoas. Ele destacou que isso pode ser averiguado com o novo Código da Cidade, aprovado no ano passado pela Casa Legislativa.

“Aprovamos tudo o que é de interesse das igrejas evangélicas, católicas e de outras denominações. O que fizemos foi proteger ainda mais a liberdade de culto”, disse. Segundo ele, quem está distribuindo este tipo de material para tentar influenciar os fiéis, “está muito longe de ser genuinamente cristão”.

“Não acredito que os pastores vão permitir isso. Eu, recebendo um panfleto desse com tanta mentira, exigiria ao meu pastor para recolher e colocar no lixo”, disse Adail Júnior (PDT). “É um absurdo. Não acredito que um evangélico aceite um folder mentiroso desse”.

Indagação

Adail insinuou que o suplente de deputado federal e vereador eleito, Ronaldo Martins (Republicanos), teria envolvimento com o caso. “Quem criou isso é um vagabundo e qualquer evangélico deve repudiar isso. Está bem pertinho de a gente ver o Ronaldo Martins, que participou da gestão Roberto Cláudio, e agora está na oposição. Quero ver ele dizer que participou de todo o Governo e na reta final não quis mais, o que foi que houve, Ronaldo Martins?”, indagou.

Ele lembrou que membros do PRB (atualmente Republicanos) participaram das gestões do prefeito Roberto Cláudio e do governador Camilo Santana, e agora estão alinhados com a candidatura de Capitão Wagner (PROS). “Diga para seu povo que você fez parte do governo do prefeito Roberto Cláudio. Indicou o Euler Barbosa, o Gelson Ferraz, o Carlos Dutra”, apontou Adail Júnior.