PSOL pedirá votos a Sarto, mas reitera posição de oposição em um futuro governo do pedetista. Foto: PSOL.

Em reunião realizada na noite desta terça-feira (18), o PSOL no Ceará decidiu apoiar a candidatura de José Sarto (PDT) no segundo turno das eleições de Fortaleza, mesmo defendendo que a sigla se manterá com postura de oposição aos governos do grupo dos irmãos Ferreira Gomes.

Em nota, o partido faz críticas ao Governo Federal, a quem atribui vitória nas urnas em 2018 e define como ‘projeto autoritário de poder neofascista’. 

Desta forma, o PSOL definiu como tarefa prioritária derrotar esse ‘projeto de morte do bolsonarismo’. A sigla afirma ter apresentado nessas eleições um programa diametralmente oposto ao bolsonarismo, mas também de oposição aos que comandam os governos estadual e da Capital.

Ameaça

Apesar do posicionamento de oposição, o PSOL afirma entende que a maior ameaça aos direitos do povo e à democracia é o bolsonarismo. Assim, afirma que fará campanha para derrotar o Capitão Wagner (PROS), a quem chama de ‘candidato do Bolsonaro’, deixando claro que não apoiará futuros mandatos do grupo do PDT de Sarto, nem pleiteará cargos no futuro governo.

Confira a nota na íntegra:

“O PSOL convoca o povo de Fortaleza a derrotar o bolsonarismo em Fortaleza e no país inteiro.

Em 2018 foi vitorioso nas urnas um projeto autoritário de poder neofascista para o governo central de nosso país. Desde então instalou-se um governo de morte, numa busca incessante por destruição de todos os direitos, com medidas que aumentaram ainda mais a precarização da classe trabalhadora, com o crescimento da miséria, da fome e do desemprego; de destruição do meio ambiente e perseguição aos povos indígenas; de intolerância à diferença de ideias e combate à ciência, à educação e aos valores democráticos. Que revelou-se em toda sua crueldade ao facilitar a instalação da pandemia de Covid-19, atuando deliberadamente para evitar todas as medidas de proteção à população, tanto do ponto de vista sanitário, como econômico e social.

Nosso partido, desde o começo, tem feito o combate a esta política genocida e ecocida, e junto com diversos movimentos sociais e partidos de esquerda, protocolou o pedido de impeachment de Bolsonaro. Nestas eleições municipais, Bolsonaro teve a maioria de seus candidatos declarados já derrotados no primeiro turno. O PSOL definiu como tarefa prioritária não apenas nas eleições, mas também nelas, derrotar esse projeto de morte do bolsonarismo. Essa batalha segue no segundo turno. Tivemos nossas bancadas parlamentares ampliadas em todo o país, o PSOL cresce em legitimidade e representatividade política em defesa dos interesses do povo trabalhador e do meio ambiente.

Aqui em Fortaleza não foi diferente. Apresentamos nessas eleições um programa diametralmente oposto ao bolsonarismo, mas também de oposição aos que comandam os governos estadual e da capital. Colhemos o resultado dessa oposição, com o povo de Fortaleza honrando o PSOL com a conquista de duas cadeiras no legislativo municipal.

Seguiremos combatendo e sendo oposição de esquerda aos governos do grupo dos Ferreira Gomes, por serem governos comprometidos com as elites econômicas em detrimento dos interesses da maioria do povo.

Contudo, como afirmamos ao longo da campanha eleitoral, a maior ameaça aos direitos do povo e à democracia é o bolsonarismo.

Sem nada conceder nem pleitear, no segunto turno das eleições em Fortaleza, o PSOL fará campanha para derrotar o Capitão Wagner, candidato de Bolsonaro, chamando o voto em Sarto, ao tempo em que cumpriremos os mandatos recebidos, sem apoio ou cargos em um governo Sarto.”