Capitão Wagner (PROS) e Sarto (PDT) disputam a Prefeitura de Fortaleza. Arte: Blog do Edison Silva.

Todos os esforços desenvolvidos pelos candidatos Sarto (PDT) e Wagner (PROS), para chegarem à chefia do Executivo Municipal de Fortaleza, serão julgados domingo (29) pelo eleitorado da Capital cearense. A movimentação dos aliados de ambos, nestas horas que antecedem a votação, até motivados pelos efeitos do último debate entre eles na TV Verdes Mares, no fim da noite desta sexta-feira (27), servirá mais para a manutenção do conquistado ao longo da campanha ou, no máximo, sensibilizar algum eleitor indeciso, sem, contudo, ser considerável para mudar o quadro já consolidado. Os números das últimas pesquisas sinalizam para o sucesso da campanha de Sarto.

Não podemos dizer que foi uma campanha bonita. A rigor, praticamente os candidatos não tiveram espaço para aquela tradicional aproximação com os eleitores, para o abraço, para a conversa olhando um para o outro. A pandemia do coronavírus impôs uma atipicidade ao processo eleitoral deste ano, a partir da mudança do calendário de votações, e de todas as outras etapas da disputa municipal. O horário da propaganda eleitoral, por mais bem feito que seja o programa, é frio, não supre a carência do eleitor de estar próximo do candidato. Ademais, esse espaço reservado aos candidatos, embora necessário, quase sempre deixa até a desejar quanto à necessidade de o candidato falar dos seus projetos para o importante cargo que pretende assumir.

Pelas restrições impostas a candidatos e eleitores, este segundo turno bem que poderia ter contado com um espaço maior para os postulantes debaterem suas ideias, permitindo ao eleitor saber um pouco mais sobre suas propostas. O primeiro turno, com uma grande quantidade de candidatos, a maioria sem a mínima perspectiva de ter apoio para chegar ao cargo em disputa, não permitiu que os próprios dois candidatos mais votados detalhassem seus projetos para um novo Governo municipal. Agora, com tempos iguais, Wagner e Sarto até que poderiam ser mais explícitos, mas a exiguidade do tempo de campanha e a preocupação de ambos em trocarem acusações, terminaram por deixar o eleitor menos informado do que deveria estar para votar devidamente consciente.

No fim da campanha, nada mais há que se fazer. O eleitor, porém, chega ao domingo (29) com a imensa responsabilidade de escolher o próximo prefeito de Fortaleza, entre os dois nomes aprovados no primeiro turno de votação. Eles (Sarto e Wagner) dizem estar preparados para administrar a cidade, uma das cinco mais importantes capitais brasileiras, com um orçamento para 2021 pouco superior a R$ 9 bilhões, insuficientes para atender aos grandes e naturais problemas, embora sua situação fiscal seja muito boa, e considerável sua capacidade de investimentos após a excelente administração do prefeito Roberto Cláudio, aqui destacada, exigindo do seu sucessor uma grande capacidade gerencial para permitir que esta Capital continue na rota do crescimento.

Pela importância de Fortaleza no Estado, a escolha do seu prefeito neste ano, ensejará uma grande festa cívica na cidade, preparada não pelo desejo festivo de seus organizadores, os comitês dos candidatos Sarto e Wagner, mas como uma demonstração de força de ambos, na última tentativa de sensibilizar o eleitorado. O colorido do amarelo e do azul dos candidatos vai marcar o encerramento de mais uma disputa que deve apontar como vencedores o fortalezense e a própria cidade, não importando de qual partido seja o futuro prefeito.

O jornalista Edison Silva comenta o final da campanha eleitoral deste ano em Fortaleza que transcorreu de forma atípica por conta da pandemia do novo coronavírus: