Heitor Freire, Célio Studart e Heitor Férrer não têm convencido o eleitorado com suas propostas. Foto: Divulgação.

Com quase R$ 5 milhões para investir na campanha eleitoral deste ano, sete dos dez candidatos com registro de candidatura deferida em Fortaleza não decolaram e seguem bem atrás dos três postulantes que lideram as pesquisas de intenção de voto na Capital cearense.

Heitor Freire (PSL), por exemplo, atualmente com o segundo maior volume de recursos, R$ 2,6 milhões, e o terceiro tempo de propaganda no rádio e televisão, tem aparecido com apenas 2% no interesse do eleitorado de acordo com as pesquisas divulgadas pelos principais institutos do País.

A quase totalidade dos recursos de Freire é oriunda do Fundo Eleitoral de seu partido, o PSL, uma das agremiações que mais elegeram deputados federais em 2018. Na última pesquisa Ibope, divulgada pela TV Verdes Mares, o postulante teve uma leve melhora no percentual de intenção de voto, saindo de 1% e passando para 2%.

Já na amostragem do Datafolha, o postulante segue com 2%, bem distante dos três candidatos mais bem avaliados na campanha deste ano, Capitão Wagner, Luizianne Lins e Sarto que se encontram na faixa de 19% a 31% de preferência do eleitorado.

Para se ter uma ideia da situação de Freire, por exemplo, o postulante já gastou R$ 1,2 milhão dos R$ 2,6 milhões destinados pelo PSL. Deste total, R$ 147 mil foram gastos com militância e mobilização de rua, R$ 130 mil com impulsionamento nas redes sociais (R$ 110 mil somente para o Facebook), R$ 109 mil com publicidade por adesivos e R$ 70 mil com pesquisas eleitorais.

O portal do Tribunal Superior Eleitoral diz ainda que Freire teria contratado os serviços da empresa Estratégia 2020 Assessoria em Comunicação por R$ 3 milhões, mas o item aparece como despesas contratadas e ainda não totalmente pagas.

Freire, porém, não está sozinho. Dos dez candidatos com registro de candidatura deferido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), pelo menos sete deles, mesmo com um volume considerável de recursos investidos na campanha, amargam colocações sofríveis na disputa eleitoral da Capital cearense, alguns sequer sendo lembrados pelo eleitorado.

Com R$ 722 mil em recursos oriundos do Partido Verde (PV), o candidato Célio Studart é outro que ainda não decolou, faltando menos de dez dias para o pleito deste ano. O postulante já gastou R$ 583,5 mil na campanha, sendo R$ 492 mi somente com impulsionamento de conteúdo nas redes sociais. Valor bem superior ao que foi gasto com pessoal (R$ 34 mil).

Nas pesquisas de intenção de votos, Studart aparece lá atrás, ficando entre 2% e 3%, a depender do instituto. O mesmo acontece com Heitor Férrer (SD), que está na sua terceira disputa majoritária consecutiva.

Férrer, apesar de já ter gastado R$ 250 mil dos R$ 700 mil que tem para a campanha, apareceu com 4% na última amostragem do Ibope e 5% no Datafolha. O postulante gastou R$ 100 mil em produção de programas para rádio e televisão, R$ 64 mil com material impresso, R$ 42 mil com serviços contábeis e R$ 26 mil com instalação de seu comitê central.

A campanha de Renato Roseno (PSOL) tem um volume menor de recursos, totalizando, até o momento, somente R$ 202 mil, dos quais o postulante já gastou R$ 150 mil, a maior parte com despesa com pessoal (R$ 43 mil) e publicidade por material impresso (R$ 36 mil). Apesar de estar na sua terceira candidatura a prefeito de Fortaleza, o candidato apareceu com apenas 2% das intenções de voto na última pesquisa Ibope.

Preferência

Até aqui, os candidatos Anizio (PCdoB), Paula Colares (UP) e Samuel Braga (Patriota) não chegaram a 1% da preferência do eleitorado, segundo as pesquisas de intenção de voto. Paula e Samuel sequer foram citados na última amostragem do Datafolha. Ainda assim, o volume de recursos que eles investiram na campanha (com exceção da candidata do UP) também é considerável.

Samuel Braga, por exemplo, recebeu R$ 350 mil de seu partido e já gastou R$ 247 mil, sendo a maior parte, cerca de R$ 114 mil, com doações financeiras para candidatos a vereador de sua legenda. Ele também investiu R$ 79 mil na produção de 17 segundos de propaganda para rádio e TV, além de R$ 32 mil com material impresso.

Propaganda

Anizio Melo, por sua vez, recebeu mais de R$ 240 mil do PCdoB, e já gastou R$ 183 mil, sendo R$ 106 mil para produção de programas, que são veiculados em 18 segundos, tanto no rádio quanto na televisão, e R$ 24 mil para impressão de material.

Sem tempo de propaganda no rádio e na Tv, e com menor recurso entre os candidatos, Paula Colares arrecadou apenas R$ 20 mil para sua campanha. Ela já gastou quase R$ 13 mil deste total.