Ciro e Lula estão em lados opostos neste primeiro turno da campanha. Fotos: Divulgação.

A disputa eleitoral pela Prefeitura de Fortaleza vai chegando em sua última semana antes do pleito do próximo domingo, 15 de novembro, e os ânimos seguem acirrados entre os três candidatos que mais pontuaram nas intenções de voto do eleitorado: Capitão Wagner (PROS), Luizianne Lins (PT) e Sarto (PDT).

A campanha deste ano também tem chamado a atenção pela participação direta das principais lideranças políticas no País.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, o ex-presidente Lula, o ex-presidenciável Ciro Gomes e, mais recentemente, o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, estão envolvidos direta ou indiretamente no pleito eleitoral deste ano na Capital cearense. Essas lideranças políticas têm interesse na disputa local já visando as eleições de 2022 quando tendem a estar, novamente, atuando como protagonistas na campanha presidencial.

Na última quinta-feira (05), o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), reiterou o apoio que está dando ao candidato republicano Capitão Wagner, e pediu que seus apoiadores na Capital cearense votem no postulante de oposição. O chefe do Governo Federal também apresentou alguns nomes que postulam uma das 43 vagas na Câmara Municipal de Fortaleza, todos de perfil bolsonarista.

Essa não é a primeira vez que Bolsonaro se envolve na disputa local. No início da campanha, após ficar sabendo que Heitor Freire (PSL) estaria em uma foto com ele ao lado de um candidato a prefeito em Pacatuba, o presidente chamou Freire de “cara de pau”, ainda lembrando o caso de vazamento de áudios no ano passado. Na ocasião, Jair Bolsonaro se pronunciou pela primeira vez em apoio a Wagner.

A partir daí, candidatos adversários de Wagner, se aproveitando da baixa popularidade do presidente na Capital cearense, e passaram a atrelar o nome do postulante ao de Bolsonaro. O candidato demorou para confirmar tal proximidade, mas já assumiu ter ligação com o Governo Federal.

Na sexta-feira (06) a pedido de Wagner, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, gravou um vídeo em que nega que o candidato tenha sido líder de motim de militares no início deste ano no Ceará, contrariando o que vem sendo dito pelo governador Camilo Santana, que desde o início da campanha se posiciona contra o postulante bolsonarista.

Um dia após Bolsonaro confirmar apoio a Wagner, Moro posta vídeo defendendo candidato. Foto: Reprodução/Facebook.

“Encontrei o deputado federal Capitão Wagner, conversamos, e toda a preocupação era voltada para encerrar o movimento, para atender a população de imediato, independentemente das questões das reivindicações. Dou aqui meu testemunho”, disse Moro no depoimento gravado. Durante visita a Fortaleza, durante o motim dos policiais, o ex-ministro não se posicionou de forma mais incisiva contra o movimento paredista.

Luizianne Lins, por sua vez, vem utilizando vídeos com a participação do ex-presidente Lula em sua propaganda eleitoral, para tentar atrair aquele eleitorado mais identificado com o líder petista. Ele, inclusive, é apontado em pesquisas de intenções de voto realizadas até aqui como um influenciador de votos.

Outro que esteve em Fortaleza durante lançamento da candidatura de Sarto foi o ex-presidenciável Ciro Gomes, do PDT. Uma das lideranças do grupo governista no Ceará, Ciro tem interesse em uma vitória pedetista na Capital cearense, seu principal colégio eleitoral depois de Sobral.

Camilo Santana

A vitória de Sarto em Fortaleza é prioridade máxima para o PDT, tanto que o partido destinou quase R$ 5 milhões para a campanha pedetista. No entanto, por estarem com aprovação em baixa na Capital cearense, de acordo com as pesquisas apresentadas, tanto Ciro quanto o senador Cid Gomes têm ficado distante da candidatura do candidato governista.

Além dessas lideranças nacionais, o governador Camilo Santana também tem se empenhado nas eleições deste ano. Apesar de não poder indicar apoio oficial ao candidato do PDT, já que o PT tem uma candidata na disputa, o chefe do Poder Executivo estadual não esconde sua preferência pela candidatura pedetista. Enquanto não pode assumir publicamente voto a favor de Sarto, ele tem se empenhado em se posicionar contrário à postulação de Capitão Wagner à Prefeitura de Fortaleza.