Cenário do programa promovido pela TV Jangadeiro. Foto: Reprodução/Youtube.

Os candidatos a prefeito de Fortaleza, Capitão Wagner (PROS) e Sarto (PDT), participaram, na manhã desta terça-feira (24), do primeiro debate deste segundo turno, transmitido pela TV Jangadeiro. Os postulantes até iniciaram uma discussão sobre propostas para a cidade, porém, no decorrer do programa, passaram a se atacar mutuamente, deixando aquilo que interessa ao cidadão em segundo plano.

O candidato Capitão Wagner, por exemplo, fez solicitação de três direitos de resposta a acusações feitas por Sarto já durante o primeiro bloco do programa e foi atendido em dois. Os embates tiveram como temas: a construção do Hospital de Campanha no estádio Presidente Vargas, liderança de motim da PM, passado político dos postulantes e apoio de lideranças políticas, como Bolsonaro e os irmãos Ciro e Cid Gomes.

No que diz respeito à Saúde, Sarto focou na construção de novos equipamentos para a área, enquanto Wagner defendeu manter aqueles que já foram construídos por outras gestões. Enquanto Wagner afirmou que a atual administração da cidade não se preparou para as áreas da Educação ou Saúde, Sarto destacou os avanços da cidade, principalmente, no que diz respeito às atividades educacionais.

Ainda durante o primeiro bloco do debate, Sarto afirmou que vai criar os primeiros berçários públicos de Fortaleza, oferecer bolsa de mestrado e doutorado para professores da rede pública e uma ajuda de custo no valor de R$ 200 para que os alunos possam se qualificar.

Wagner voltou a discorrer sobre uma CPI pela qual Sarto teria sido investigado no passado. Em resposta, o pedetista afirmou que nunca respondeu qualquer inquérito. “Sou ficha limpa, tenho uma longa vida de serviços prestados. Essas mãos aqui trouxeram milhares de pessoas à vida. Você nasceu do motim, da violência”, apontou.

Ainda em meio a troca de acusações, o candidato republicano afirmou que vai criar o auxílio emergencial de Fortaleza e o bilhete único para pessoas desempregadas. Sarto ironizou a proposta do adversário. “Como é que um candidato que votou contra a prorrogação do auxílio emergencial (na Câmara Federal) vai fazer isso?”, indagou.

Ao questionar sobre as propostas de Sarto para o setor de entretenimento, Wagner acusou o grupo governista de ter causado parte da crise na rede. Quando defendeu melhorias para os agentes da Guarda Municipal, o postulante reclamou que a categoria ainda não tenha uma sede própria, estando instalados em um hotel da cidade.

“Quem defende colocar as pessoas em situação de risco é ele. Quem defende hostilidade, intolerância é a turma dele e o patrocinador dele, que é o Bolsonaro. Tenho muito é respeito por Fortaleza”, disse Sarto dirigindo-se a Wagner.

O pedetista também insinuou que em uma eventual paralisação das polícias, Wagner ficaria do lado dos manifestantes e não da população. Quanto a isso, o republicano destacou, mais uma vez, que ele não liderou o motim da PM ocorrido neste ano em Fortaleza. No entanto, Wagner não negou liderança nas manifestações da PM ocorridas em 2011 e 2012.

“Quem tem discurso de violência e intolerância não sou eu. Eu tenho ficha limpa, tenho a vida íntegra. Tenho vários anos de serviços prestados, porque quero cuidar das pessoas” – (Sarto)

“O candidato tenta pregar em mim uma imagem que é dele. Na CPI da Assembleia, o João Alfredo (PSOL) diz que ele é culpado. Como ele é médico e vai tratar de verba de publicidade? A fita que flagrou o áudio do candidato foi adulterada dentro da Assembleia Legislativa”, acusou Wagner.

Em resposta, Sarto leu parte de um livro publicado por Wagner. Segundo o pedetista, a publicação aponta mecanismos para que policiais atuem em caso de paralisação. “Isto quem está escrevendo não sou eu, é o candidato que está debatendo comigo”. Em resposta, Capitão criticou o adversário por não ter participado de outros quatro debates eleitorais.

“Ele diz na propaganda dele que é bom ter uma relação com o Governo do Estado. Mas o Estado destina apenas 28% dos recursos para a cidade. No Governo Federal são 49%. A boa relação do Capitão Wagner com Bolsonaro trará mais recursos para a cidade” – (Capitão Wagner)

Este foi o primeiro debate eleitoral entre os candidatos neste segundo turno. Na segunda-feira (23), o debate promovido pelo jornal O Povo ficou prejudicado pela ausência de Sarto. Wagner foi entrevistado durante o tempo destinado ao debate. O próximo embate entre os dois candidatos está programado para acontecer dia 27 de novembro (sexta-feira), pela TV Verdes Mares, faltando dois dias para o pleito que definirá o próximo prefeito de Fortaleza.