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Todos os dez candidatos a prefeito de Fortaleza, nos seus últimos programas da propaganda eleitoral obrigatória, na quinta-feira (12), demonstraram resignação com os números apresentados pelas últimas pesquisas de opinião feitas, nesta semana, sobre as intenções de voto do eleitorado da Capital cearense, apesar da manifestação de Heitor Férrer (SD), tentando desacreditá-las. A apuração dos votos, no domingo (15), deverá confirmar os indicativos que elas apresentaram e, a decisão sobre quem será o sucessor do prefeito Roberto Cláudio (PDT) ficará entre os candidatos Wagner (PROS) e Sarto (PDT). Não há, até o momento, nenhum fato extraordinário capaz de alterar esse quadro.

Como no pleito municipal anterior, em 2016, Luizianne Lins sairá da disputa em terceiro lugar. Lá, ela conseguiu 15% dos votos, percentual idêntico ao que a pesquisa do Datafolha lhe conferiu na última quarta-feira (11). Foi um resultado considerado inexpressivo à época, levando-se em consideração ter sido ela prefeita por oito anos e ter registrado uma expressiva força ao fazer o candidato que escolheu para sucedê-la chegar ao segundo turno da disputa com o atual prefeito Roberto Cláudio, liderando, inclusive, em número de votos. Elmano, um petista sem mandato naquela oportunidade, era totalmente desconhecido do eleitorado fortalezense. Lula, presente na propaganda eleitoral de Luizianne, nesta campanha não a ajudou.

Não é surpresa, para os nossos leitores, a polarização entre Wagner e Sarto. Muito antes de o PDT escolher o seu candidato a prefeito de Fortaleza, já afirmávamos aqui ser o nome apontado pelos pedetistas, pelo peso político da agremiação no Ceará, aliado às estruturas do Governo do Estado e da Prefeitura, um postulante certo no segundo turno da disputa. Assim como apontávamos o Capitão Wagner como o que reuniria as maiores chances, do lado oposicionista, de chegar à etapa final da disputa, fazendo, inclusive, comparações do seu desempenho com os de Moroni Torgan, o atual vice-prefeito de Fortaleza, candidato a prefeito em várias oportunidades, sempre bem posicionado nas pesquisas, chegando inclusive a disputar um segundo turno com Luizianne.

O quadro político em Fortaleza, mesmo antes da oficialização das candidaturas, já antecipava o resultado esperado, e agora confirmado pela indicação das pesquisas. Os partidos no Ceará, com raríssimas exceções, não têm atividades políticas de formação de quadros para disputas majoritárias. Para estes cargos quase sempre são homologados nomes que dominam as siglas ou, na falta de parentes próximos, alguns amigos audaciosos ou vaidosos, sem o preparo devido para tão importante posição. E a pobreza desses partidos não fica limitada a nomes, mas também a estrutura para fazer uma campanha como a de prefeito. A exibição de programas da propaganda eleitoral de alguns candidatos confirma a afirmação.

Lamentavelmente, pela falta de vigor dos partidos, da falta de compreensão dos seus filiados sobre a importância das agremiações para a sustentação da democracia, de projeto bem estruturado e sadio de Poder, as opções de bons nomes para o eleitorado colocar nessas importantes posições políticas da administração pública, vão ficando cada vez mais escassas. O ideal é que os eleitores tivessem mais opções, fazendo com que, às véspera do dia da votação, contasse com vários nomes, em igualdade de condições, disputando as duas vagas do segundo turno, diferentemente de agora, quando desde cedo, dentre dez candidatos, já estava praticamente definido os concorrentes finais.

Veja o comentário do jornalista Edison Silva sobre a acomodação dos candidatos a prefeito de Fortaleza diante das pesquisas de opinião divulgadas: