Capitão Wagner (PROS), Luizianne Lins (PT) e José Sarto (PDT).

Como prevíamos, mesmo antes da escolha do candidato governista à Prefeitura de Fortaleza, sem utilizarmos o exercício da futurologia, a disputa pela chefia do Executivo da Capital cearense ficaria restrita a três postulantes: Capitão Wagner (PROS), cuja campanha mantém desde a derrota para o prefeito Roberto Cláudio em 2016; Luizianne Lins (PT), também determinada a voltar a ser prefeita, mesmo após o insucesso do último pleito municipal; e o candidato a ser apontado pelo grupo detentor do comando político-administrativo do Estado, no caso o Sarto (PDT), só às vésperas do início da campanha conhecido. Este, ou qualquer outro nome apontado pelo grupo governista, por razões óbvias, reúne todas as condições de disputar uma das duas vagas do segundo turno da disputa.

Os demais candidatos, sete no total, não encerram as condições mínimas necessárias à uma postulação competitiva. Todos (Heitor Férrer (SD), Heitor Freire (PSL), Célio Studart (PV), Renato Roseno (PSOL), Anizio (PCdoB), Samuel Braga (Patriota) e Paula Colares (UP)), provavelmente, por falta de estrutura político-partidária e financeira, não alcançarão 30% dos votos válidos como mostram as pesquisas que já começam a mostrar a realidade dos fatos. E as próximas enquetes, até o dia da votação, em 15 de novembro, tendem a confirmar o quadro que separa o grupo dos três, realmente competitivos, e o grupo dos sete, meros figurantes na disputa, posto a perspectiva de ampliação da tendência de votos para aqueles que, necessariamente, terão que investir mais para garantia de suplantar a votação de um e do outro na busca de vaga na segunda parte do pleito.

A campanha nas ruas, até surpreende a alguns. Em razão da pandemia do coronavírus, aterrorizante para uma parte expressiva da população, a expectativa era a de que não tivéssemos tantas aglomerações como as registradas nos últimos dias. Os candidatos, com maior estrutura de campanha, estão sendo deveras ousados nesse campo, embora seja no espaço da propaganda eleitoral onde eles mais tentam convencer os eleitores. Até aqui, com raríssimas exceções, até mesmo os que têm mais tempo de rádio e televisão para propagarem suas propostas e com palavras outras sensibilizarem o eleitorado, estão os candidatos de certa forma contidos, provavelmente guardando suas armas de maior alcance para a parte final da propaganda, nos primeiros dias de novembro.

Sarto e Luizianne, pelo fato de o Capitão Wagner aparecer melhor posicionado nas pesquisas eleitorais, tenderão, por óbvio, ter postura mais incisiva na reta final da campanha. O primeiro objetivo de ambos é garantir um lugar no segundo turno, guardando forças para, o combate contra Wagner, se um fato inusitado não surgir até lá que afaste o Capitão da parte final da campanha. Ataques diretos à candidata Luizianne, a campanha de Sarto já fez nos últimos dias, ensejando até ação judicial dela contra ele, mas a expectativa é de que ambos conflagrem-se com mais veemência nos programas da propaganda eleitoral e nas redes sociais, onde o campo é mais aberto para troca de acusações.

O segundo turno, ao contrário do que muitos pensam, é bem diferente do primeiro. Os apoios, tão importantes até o dia 15 de novembro, muito pouca valia terão. É um enfrentamento direto entre dois candidatos, com igualdade de condições no tempo da propaganda eleitoral, para onde estarão voltadas, com maior interesse, todas as atenções dos eleitores, sobretudo nos debates televisivos que deverão ocorrer. O erro cometido, por qualquer deles, nessa fase da campanha, sem dúvida, será crucial.

O jornalista Edison Silva analisa o resultado das pesquisas eleitorais que apontam os três primeiros colocados na disputa para a Prefeitura de Fortaleza: