Deputado cobrou mudanças nas políticas públicas de segurança do Estado. Foto: ALECE.

O deputado Renato Roseno (Psol) repercutiu, durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa do Ceará nesta quinta-feira (22), os dados divulgados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2020.

De acordo com o levantamento, no primeiro semestre de 2020, o Estado do Ceará registrou 2.340 mortes violentas intencionais (MVI), representando um crescimento de quase 97% em comparação com o mesmo período de 2019, quando foram registradas 1.190.

Para Renato Roseno, o Anuário é a fonte mais sólida em nível nacional sobre as estatísticas de segurança pública. Ele considerou “tristes” os dados apresentados da violência no Ceará e destacou que elas exigem uma reflexão mais profunda.

“Os números deste primeiro semestre indicam que a política de segurança pública no Estado não está produzindo efeitos de longo prazo”, lamentou o parlamentar.

Para ele, “o direito à segurança é fruto da segurança de todos os outros direitos”. O parlamentar ainda lamentou a ausência de políticas que garantam condições seguras para outras áreas, o que acaba fazendo com que o conflito se instale e não haja uma redução sustentada dos indicadores de violência.

Investimento equivocado

“Precisamos mudar de paradigma em relação ao modelo de investimento na segurança pública. De 2006 para cá, cresceram muito os investimentos em policiamento ostensivo, o que é um equívoco, já que é necessário haver o fortalecimento de ações preventivas, principalmente nos territórios mais violentos”, apontou Roseno.

Política de prevenção

O deputado reforçou que é preciso repensar a política de segurança pública, no sentido de ampliar os programas de prevenção social. “A segurança pública tem que ser um debate aberto à sociedade, pois todos temos o direito de andar em paz”, assinalou.

Roseno ressaltou que é momento de chamar todos os sujeitos e atores envolvidos no debate público para se debruçar sobre os dados de violência no Estado e discutir mudanças nas políticas de segurança pública.

“Que nós possamos olhar para os indicadores e evidências da violência, aprendendo com experiências exitosas de outros locais, que tiveram robustos investimentos em prevenção e que provaram que pode dar certo”, pontuou Roseno.

Em aparte, o deputado Queiroz Filho (PDT) destacou o trabalho do colega à frente do Comitê de Prevenção e Combate à Violência da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará. “É um trabalho que traz uma grande contribuição ao mapear as necessidades imperiosas de atenção à segurança pública”, avaliou.