O deputado acredita que PSOL pode eleger até dois vereadores para a Câmara de Fortaleza. Foto: Divulgação.

Em entrevista ao Blog do Edison Silva, o candidato a prefeito de Fortaleza, Renato Roseno (PSOL), afirmou que a legenda estabelecerá acordos programáticos para participação em um eventual segundo turno da campanha eleitoral deste ano.  De acordo com ele, a depender da situação, a agremiação poderá apoiar nomes que estejam contra a candidatura de Capitão Wagner (PROS), postulante que conta com o apoio do presidente Jair Bolsonaro.

“Vamos estabelecer acordos programáticos, mas temos que ser coerentes. Vamos ficar aqui no segundo turno, não vamos para Paris e nem para Brasília”, disse ele em alusão ao que fez Ciro Gomes (PDT) no segundo turno das eleições presidenciais em 2018 para não votar em Haddad (PT).

Segundo o socialista, apesar dessa posição central, há condicionantes para um eventual apoio no segundo turno, a partir de um diálogo com todas as instâncias partidárias do PSOL.

Segundo disse, tanto PT quanto PDT são partidos aliados no Ceará desde 2006, que se encontram, neste momento, brigando por protagonismo nacional, e mais especificamente, na campanha eleitoral em Fortaleza, pelo uso da imagem do governador Camilo Santana.

“O Camilo não entrou na candidatura do partido dele e há uma disputa pela imagem do governador. Esses dois partidos estão brigando pelo segundo lugar e o objetivo do PSOL é derrotar o bolsonarismo. Enquanto eles se digladiam entre si, prestamos contas das nossas propostas”, disse.

“Estamos em uma eleição muito atípica. A gente precisa pensar que nesses próximos dias a cidade vai entrar na campanha, porque a cidade ainda não está em campanha. Então, esses 15 dias finais vão ser definidores tanto para prefeito como para vereador”, disse o postulante.

Com aparente dificuldade de estar em um eventual segundo turno, de acordo com as pesquisas divulgadas até aqui, Roseno afirmou que está lutando para apresentar suas propostas à população destacando a necessidade de mostrar o projeto do PSOL para os fortalezenses.

No entanto, o principal objetivo do partido nas eleições municipais deste ano em Fortaleza, segundo Roseno, é “não deixar o bolsonarismo crescer no Nordeste”. Além desse intento, o partido pretende eleger ao menos um vereador para a Câmara Municipal, já que desde 2016 a agremiação não tem quadros na Casa Legislativa.

Em 2012 a legenda conseguiu eleger dois vereadores para a Câmara: Toinha Rocha e João Alfredo. No entanto, quatro anos depois, mesmo tendo o quinto candidato com maior quantidade de votos, Ailton Lopes, a sigla foi prejudicada por não ter alcançado o quociente eleitoral mínimo daquele pleito.

Câmara Municipal

“Nosso intuito principal é não deixar o bolsonarismo crescer no Nordeste. Essa eleição é municipal, mas está tendo uma disputa nacional. Eles querem fixar no Nordeste e a gente não pode deixar isso acontecer”, disse o socialista.

De acordo com Roseno, o partido possui uma chapa que poderia eleger mais de uma cadeira na Câmara Municipal de Fortaleza. Por conta disso, o partido investe no voto de legenda, que pode auxiliar na quantidade de votos para o legislativo.