Priscila Costa e Mairton são da ala conservadora. Ele na base, ela na oposição. Fotos: CMFor.

Já há algum tempo candidatos com foco nas pautas conservadoras têm buscado, e algumas vezes conseguido, um lugar no legislativo municipal de Fortaleza. No pleito deste ano não há diferença, a não ser o fato de que o surgimento de maior número dessas candidaturas, possa fazer com que muitos dos representantes religiosos fiquem de fora do Legislativo da Capital cearense, a partir do próximo ano.

Atualmente na Câmara Municipal de Fortaleza pelo menos sete vereadores têm presença marcante em templos religiosos da cidade, onde conseguem consolidar votos entre fiéis.

No entanto, conforme o Blog do Edison Silva já mostrou, aumentou o número de postulantes que estão utilizando a alcunha de “Pastor”, “Irmão”, “Irmã”, bem como patentes militares, na maioria ligadas a partidos com viés ideológico mais conservador.

Alguns desses postulantes são apontados por parlamentares da Câmara Municipal de Fortaleza como candidatos com forte potencial de eleição, como é o caso do ex-deputado federal, Ronaldo Martins (Republicanos), com presença na Igreja Universal; Priscila Costa (PSC) que tenta reeleição e é ligada à Igreja da Família; bem como os bolsonaristas Carmelo Neto (Republicanos) e Inspetor Alberto (PROS).

Todos esses candidatos são ligados à candidatura majoritária de Capitão Wagner (PROS), que já conta com o apoio do presidente Jair Bolsonaro, considerado político da extrema-direita no Brasil.

No entanto, do lado da base governista alguns nomes também se destacam, como os dos vereadores Mairton Félix (PDT) e Jorge Pinheiro (PSDB). O primeiro ligado à Igreja Assembleia de Deus e o segundo ao movimento católico Shalom.

Ao Blog, o vereador Mairton Félix confessou que o fato de muitos cristãos terem entrado na disputa neste ano focando no voto dos fiéis não é positivo para quem pretende se eleger ou disputar reeleição, uma vez que há uma pulverização de postulantes. “Tem muita gente na disputa, então os votos também vão ser pulverizados e poucos devem ser eleitos. Não acredito em um grande crescimento da turma mais conservadora”, disse ele.

A vereadora Priscila Costa, presidente do Partido Social Cristão, em Fortaleza, discorda. Segundo ela, o movimento conservador, tanto na Capital cearense como no restante do País já é algo consolidado, o que será comprovado após a abertura das urnas, no dia 15 de novembro.

“A participação conservadora está se consolidando fortemente na consciência das pessoas, o resto é consequência. Eu acho que não tem volta, porque dificilmente quando você se convence de algo, você retrocede. A gente tem crescido cada dia a mais na consciência e a tendência é se multiplicar”, defendeu a parlamentar.

Além de Priscila Costa e Mairton Félix, outros parlamentares também reforçam essa pauta conservadora, como o vereador Odécio Carneiro, do Solidariedade, ligado à Igreja Canaã.

Religioso

Até o presidente do Poder Legislativo, Antônio Henrique (PDT), tem base forte em igrejas nos bairros que representa, já que é evangélico. Somam-se a eles, Gardel Rolim também evangélico e Elpídio Nogueira, que apesar de ter crescido no meio religioso, tem buscado, ao longo dos anos, diversificar as pautas apresentadas no Legislativo da Capital cearense.

Somente em Fortaleza, pelo menos 21 pastores e pastoras disputam uma das 43 vagas na Câmara Municipal, enquanto dez “irmãos” e “irmãs” fazem o mesmo.

Segundo o vereador Mairton Félix, muitos viram que pessoas oriundas das igrejas estavam conseguindo se eleger vereador e resolveram tentar também. “Eles pensam: se aquele irmão pode, eu também posso”, disse.