Imagem: Reprodução de matéria publicada no Blog dia 18 de abril de 2020.

O PSDB cearense oficializou, no fim da tarde desta segunda-feira (14), o que neste espaço, em mais de uma oportunidade, já havíamos afirmado, o seu apoio ao candidato do PDT à Prefeitura de Fortaleza, mesmo antes da indicação do nome do deputado estadual José Sarto, ocorrido na última quinta-feira (10). A candidatura de Carlos Matos já nasceu morta. Ninguém no partido acreditava nela, mas por não ter qualquer nome competitivo e, para evitar o isolamento total no momento de discussão de candidatos em Fortaleza, a direção tucana permitiu que Carlos Matos permanecesse como pré-candidato até que aclarado ficasse o quadro da sucessão na Capital, mesmo com a predisposição do presidente estadual da sigla, Luiz Pontes, de formalizar a aliança com o grupo governista.

Em abril passado, afirmamos que como até aquele momento a postulação de Matos não tinha saído do lugar, o PSDB estava sofrendo defecções, como no caso do suplente de deputado federal, Raimundo Gomes de Matos, um dos mais tracionais aliados do senador Tasso Jeressati, liderança maior da agremiação no Estado; do deputado federal Roberto Pessoa e do suplente de deputado federal Danilo Forte, além de outros que de imediato passaram a apoiar o candidato deputado federal Capitão Wagner (PROS), fora do radar do PSDB. Carlos Matos havia sido informado da impossibilidade de ter sua candidatura bancada pelo partido. A direção tucana sabe das dificuldades de obter sucesso eleitoral em Fortaleza, principalmente sem um nome realmente competitivo.

O PSDB de Fortaleza não apresentou candidato próprio na última eleição municipal na Capital cearense, repetimos. O partido participou da disputa, em 2016, apoiando o nome do Capitão Wagner, contra o atual prefeito Roberto Cláudio. No pleito anterior, em 2012, com Marcos Cals, os tucanos conseguiram somar apenas 30.457 votos, representando 2,43% do total de votantes. Estes números, embora nenhuma das principais lideranças da agremiação explicite, muito amargamente ficaram gravados e não estimulam o partido a ingressar em nova empreitada, sem a perspectiva de alcançar melhor posição na disputa, principalmente sabendo da força das três prováveis candidaturas realmente competitivas, no caso a dos governistas com Sarto (PDT), a do Capitão Wagner e a de Luizianne Lins. É preferível, no sentir de alguns tucanos, aliar-se a um nome com reais perspectivas e compromissado com o futuro da cidade, do que experimentar uma nova aventura.

O PSDB só não havia oficializado antes sua adesão ao grupo governista, como aqui relatado em outras oportunidades, por conta da expectativa criada pelo governador Camilo Santana de levar o PT a compor com o PDT, na formação da chapa majoritária para a disputa da Prefeitura de Fortaleza. Os pedetistas, mesmo sem ainda ter um candidato definido, tinham a certeza de que contariam com o PSDB, pois a maioria dos aliados de Roberto Cláudio não acreditava no sucesso da empreitada do governador, e a deputada federal Luizianne Lins seria candidata em oposição ao grupo governista. O PSDB, apesar das especulações, do mesmo modo que tem reservas quanto ao nome da petista, também rejeitava figurar ao lado do deputado federal Capitão Wagner.

A aliança do PSDB com o PDT, agremiações adversárias nas últimas eleições estaduais, e no Município de Fortaleza, é mais simbólica do que prática, embora, além de impossibilitar aos tucanos o registro de mais uma decepção eleitoral na Capital, em disputas majoritárias, desidrata a campanha do deputado federal Capitão Wagner, um ex-aliado. Por razões de conveniência, certamente o senador Tasso Jereissati não vai estar no palanque do candidato pedetista, a não ser, eventual e esporadicamente, num momento virtual, enfatizamos. Para o PDT, a principal ajuda do apoio será o tempo do PSDB para o horário da propaganda eleitoral, sendo retribuído com alguma ajuda para complementar a eleição de um ou outro pretendente à vaga na Câmara Municipal de Fortaleza, onde o partido sempre teve representação diminuta, reiteramos.

Abaixo o comentário do jornalista Edison Silva sobre a decisão política do PSDB para não repetir mais um insucesso eleitoral na Capital: