Partido tenta convencer familiares do ex-deputado federal Chico Lopes da importância dele entrar na disputa. Foto: Divulgação.

O Partido Comunista do Brasil, o PCdoB, está tendo dificuldades para montar uma chapa competitiva para a disputa eleitoral deste ano com vistas a uma das 43 vagas na Câmara Municipal de Fortaleza.

A agremiação tem como meta para 2022 eleger um candidato a deputado federal, visando atingir a cláusula de desempenho, o que vai ficando cada vez mais complicado.

Atualmente, a legenda possui apenas um nome na Casa Legislativa, o do vereador Evaldo Lima (PCdoB), que foi eleito em 2016 por média, graças aos votos obtido na coligação que a legenda formou com PSD, DEM e PMB. Para o pleito deste ano está proibida a aglutinação de legendas, as chamadas coligações proporcionais, e cada legenda terá que formar sua chapa isoladamente.

Suplente de vereador do PCdoB mais bem votada após Evaldo Lima, a ex-vereadora Eliana Gomes, que obteve 5.593 votos, já decidiu que não tentará retornar à Casa Legislativa e não participará do pleito de 2020. Outros pré-candidatos, que poderiam ajudar a legenda a conquistar o número de votos suficientes para eleger um vereador, também desistiram da pretensão nos últimos dias, o que tem preocupado a direção do partido.

Família

O PCdoB ainda tenta convencer a família do ex-deputado federal Chico Lopes a deixar que ele dispute o pleito municipal deste ano. Até o momento, familiares do ex-parlamentar estão receosos da participação de Lopes, hoje com 81 anos, em mais uma campanha eleitoral.

Em 2016, quando o quociente eleitoral do pleito foi de 29.200 votos, o PCdoB, isoladamente, conquistou apenas 24.390 sufrágios, sendo beneficiado pela coligação proporcional. Já Chico Lopes, em 2018, quando tentou retornar para a Câmara Federal obteve 56.059 votos, sendo 26.826 somente em Fortaleza. O Partido Comunista do Brasil conta com esse potencial de votação do ex-deputado federal para tentar uma vaga no Legislativo da Capital cearense.

Desempenho

O partido vai para a disputa deste ano de olho nas eleições gerais de 2022, quando terá que atingir a quantidade mínima de votos, ou de deputados federais eleitos, para ter direito ao fundo partidário. No ano passado, o PCdoB se fundiu ao extinto PPL para atingir a chamada “cláusula de desempenho”.

Segundo esta cláusula, aprovada em 2017, as legendas que não alcançassem, em 2018, uma bancada de pelo menos nove deputados federais em nove estados, ou um desempenho mínimo nas urnas de 1,5% dos votos válidos para deputado federal (1.475.085 votos), com, ao menos, 1% de votos em cada um deles, perderiam o direito ao Fundo Partidário e ao tempo gratuito de rádio e TV no período de 2019 a 2023.