Luiz Pontes ao lado de Carlos Matos em evento da pré-campanha. Foto: Reprodução/Facebook.

Luiz Pontes, presidente estadual do PSDB, pessoalmente já tem posição firmada em relação à participação do seu partido na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, acordada com o senador Tasso Jereissati, a principal liderança do partido no Estado, e ainda discute, para decidir nas próximas horas, sobre candidatura do partido à Prefeitura de Massapê, reduto eleitoral muito importante para os Pontes, pois berço da família liderada pelo senador Oziris Pontes.

O PSDB já estava fechado com o PDT em Fortaleza, há algum tempo, como aqui registramos várias vezes. A direção do partido nunca apostou na postulação do seu filiado Carlos Matos, mas permitiu que ele trabalhasse para tentar viabilizar o projeto de ser candidato, condicionando o seu intento a resultados das pesquisas internas para orientação da própria agremiação. Foi em vão o trabalho de Matos. Agora, resta apenas a consolidação do acordo entre os dirigentes do PSDB e do PDT, até a próxima segunda-feira (14), para Luiz Pontes anunciar adesão à coligação, já amplamente conversada entre ele o prefeito Roberto Cláudio e o senador Cid Gomes. O senador Tasso Jereissati, em nenhum momento, tratou com os pedetistas sobre aliança e sucessão municipal.

Na última longa conversa sobre o apoio do PSDB ao candidato do PDT, ainda em julho, antes mesmo de os pedetistas definirem os cinco pré-candidatos, de onde saiu o nome do deputado José Sarto, como o candidato governista à Prefeitura da Capital, um fato inusitado aconteceu: Luiz Pontes sair do gabinete de Roberto Cláudio e deparar-se com o deputado federal Roberto Pessoa (PSDB), na sala de espera do gabinete do prefeito. Roberto não foi tratar sobre a sucessão em Fortaleza, mas de questões relacionadas à sua candidatura a prefeito de Maracanaú. A oficialização do acordo entre os dirigentes do PSDB com os do PDT, só dependia de o PT participar ou não da coligação. Com o PT no grupo, o PSDB estaria fora.

A aliança do PSDB com o PDT, agremiações adversárias nas últimas eleições estaduais, e no Município de Fortaleza, é mais simbólica do que prática, embora, além de impossibilitar aos tucanos o registro de mais uma decepção eleitoral na Capital, em disputas majoritárias, desidrata a campanha do deputado federal Capitão Wagner, um ex-aliado. Por razões de conveniência, certamente o senador Tasso Jereissati não vai estar no palanque do candidato pedetista, a não ser, eventual e esporadicamente, num momento virtual. Para o PDT, a principal ajuda do apoio será o tempo do PSDB para o horário da propaganda eleitoral, sendo retribuído com alguma ajuda para complementar a eleição de um ou outro pretendente à vaga na Câmara Municipal de Fortaleza, onde o partido sempre teve representação diminuta.

O DEM, aliado tradicional dos tucanos no Ceará, como em várias oportunidades já tratamos aqui, não tem o que discutir em relação à parceria com o PDT. O discurso do pessoal do PSDB, de atrelamento do DEM ao seu projeto em Fortaleza, estava equivocado, pois o partido comandado no Ceará pelo empresário Chiquinho Feitosa, nunca condicionou o fechamento de apoio ao candidato pedetista à participação ou não do PT, na mesma coligação, embora, ressalte-se, DEM e PT têm projetos políticos bem diferenciados. Mas, pelo fato de PSDB e DEM estarem na mesma aliança do candidato governistas, ainda haverá quem afirme, equivocadamente, que este foi levado por aquele para o mesmo barco eleitoral.

Massapê

Com Luiz Pontes à frente, os tucanos também, nas próximas horas, decidem sobre sua participação na disputa pela Prefeitura do Município de Massapê. Eleitoralmente é um reduto pequeno, mas a simbologia, sobretudo para Luiz, tem um significado muito especial. Seu pai e tios, ao longo de vários anos, sempre foram muito bem votados naquela cidade, além dos vínculos familiares. A família Albuquerque, também muito importante, política e socialmente no município, sob a liderança do deputado estadual Zezinho Albuquerque, cuja filha Aline, é candidata a prefeita, para substituir o tio Jacques Albuquerque (PSD), que quer continuar como prefeito, motivará uma melhor avaliação do quadro sucessório da parte de Pontes.

Veja o comentário do jornalista Edison Silva sobre a construção política da adesão do PSDB e DEM à candidatura do PDT na cidade de Fortaleza: