O procurador da República deixa o cargo faltando 10 dias para Augusto Aras decidir renovar ou não a força-tarefa. Foto: Reprodução.

A força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná informou, nesta terça-feira (01), que o procurador Deltan Dallagnol está deixando o comando das investigações após seis anos no cargo.

De acordo com nota divulgada à imprensa, Dallagnol vai se afastar por questões de saúde em sua família.

A permissão para a “lava jato” continuar seus trabalhos expira no próximo dia 10/09. O procurador-Geral da República, Augusto Aras, é quem vai decidir pela renovação.

Na última terça-feira (25), o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu não abrir processo administrativo disciplinar (PAD) para investigar a conduta de Deltan Dallagnol no “episódio do PowerPoint” — em setembro de 2016, os integrantes da “lava jato” paranaense, ao exibir slide durante uma apresentação à imprensa, disseram que o ex-presidente Lula chefiava organização criminosa. O julgamento do caso já havia sido adiado 42 vezes. Como as penas que poderiam resultar do PAD já estavam prescritas, os conselheiros decidiram não dar continuidade ao caso.

A vaga de Deltan será ocupada pelo procurador da República, Alessandro José Fernandes de Oliveira, que tem atuação no combate ao crime organizado.

No comunicado distribuído à imprensa, o Ministério Público Federal (MPF) afirma que Deltan Dallagnol contribuiu para o combate à corrupção e garante que o trabalho da força-tarefa seguirá da “mesma forma como nos últimos anos”.

“Por todo esse período, enquanto coordenador dos trabalhos, Dallagnol desempenhou com retidão, denodo, esmero e abnegação suas funções, reunindo raras qualidades técnicas e pessoais. A liderança exercida foi fundamental para todos os resultados que a Operação Lava Jato alcançou, e os valores que inspirou certamente continuarão a nortear a atuação dos demais membros da força-tarefa, que prosseguem no caso”, diz a nota.

Momento

A saída de Deltan Dallagnol do cargo ocorre no momento em que o procurador-geral da República, Augusto Aras, vai decidir sobre a prorrogação dos trabalhos da força-tarefa e após o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) ter arquivado um pedido de providências protocolado pela defesa do ex-presidente Lula contra o procurador e outros integrantes das investigações.

Com informações da Agência Brasil e do site ConJur.