Candidato Heitor Férrer (SD) ao lado do candidato a vice, Walter Cavalcante (MDB), e do ex-senador Eunício Oliveira. Foto: Reprodução/Facebook.

Os partidos, em ano eleitoral, investem muito em pesquisas. Agora, a mais nova informação é sobre a manifestação do eleitorado de Fortaleza quanto às diversas coligações partidárias feitas pelos candidatos à Prefeitura da Capital cearense. São informações restritas aos comandos das campanhas, mas, impossível não acontecer algum vazamento, espontâneo ou dirigido. Sempre tem vazamento natural pelo fato de cinco ou mais pessoas tomarem conhecimento, por dever de ofício, e não conseguirem guardar segredo, ou dirigido, quando os políticos querem que o grande público saiba de boa informação para o proveito da empreitada do seu candidato. A pesquisa e o marketing, nas campanhas dos dias atuais, sobretudo as majoritárias, são importantes peças de orientação e execução na caminhada para o sucesso eleitoral.

Uma das últimas coligações formadas para a disputa municipal em Fortaleza, às vésperas do encerramento do prazo para a realização das convenções partidárias, dia 16 passado, foi a do Solidariedade com o MDB, em apoio à candidatura do deputado estadual Heitor Férrer. As pesquisas, sobre as alianças, teriam detectado que o eleitorado fiel a Heitor reagiu contrariamente à sua união com Eunício Oliveira, seu tradicional adversário no município de Lavras da Mangabeira, onde estão raízes, familiares e políticas de ambos. Heitor tem milhares de seguidores no Instagram, e para não dar satisfação aos que reclamaram da aliança o deputado teria encerrado sua conta. A versão dele é que a conta foi hackeada.

As coligações partidárias, infelizmente, quase só acontecem por conveniências eleitorais, e por interesses pessoais imediatos dos que têm comando nas agremiações. Os projetos de uma boa governança, ou de desenvolvimento do Município, nunca constam do objetivo central da aliança, daí, constantemente, os registros de rompimentos no curso da administração. Como são feitas por conta de conveniências pessoais, sempre há grupos de eleitores reclamando dessa ou daquela coligação, exceção para os poucos partidos, propriamente ideológicos, que quase sempre têm alianças muito reduzidas, dentro do seu próprio espaço. Realmente, a aliança do MDB com o Solidariedade, tinha mesmo que arrepiar os seguidores de Heitor.

O fim das coligações proporcionais, a partir das eleições deste ano, trará mudanças na composição das Câmaras Municipais, pois serão eleitos realmente os mais votados, e não os que se beneficiavam das votações dadas a candidatos de outros partidos. Do mesmo modo deveria ser a eleição majoritária. Cada candidato poderia representar o seu partido e com o projeto próprio de governança. A eleição para prefeito, governador e presidente, deveria sempre ter um segundo turno, no caso de nenhum dos candidatos alcançar a maioria absoluta dos votos. Só no segundo turno permitir-se-ia as coligações, com as lideranças partidárias assumindo a um ou ao outro dos projetos apoiados pela maioria do eleitorado, evitando-se o fisiologismo das coligações atuais.

Por serem fisiológicas, não apenas os eleitores mais atentos, mas filiados também reagem contra certas coligações. Agora mesmo, em Fortaleza, temos o caso do PSDB, cujo partido está coligado com o PDT, mas todos os deputados da sigla (um deputado federal titular e dois estaduais, respectivamente Roberto Pessoa, Fernanda Pessoa e Nelinho) não concordaram e apoiam outro candidato. No MDB, idem. As divergências, no caso dos filiados, não têm razões outras senão o mesmo interesse pessoal imediato, pois nenhum dos candidatos propôs ou discutiu aliança em cima de um projeto de gestão para Fortaleza.

O jornalista Edison Silva comenta os bastidores das coligações partidárias para prefeito de Fortaleza: