Em 2016, dos 39 candidatos “professores”, somente Evaldo Lima foi eleito. Foto: Divulgação.

Em Fortaleza, o número de candidatos oriundos das forças policiais teve um aumento considerável nas eleições deste ano, se comparado com o pleito de 2016. No entanto, conforme levantamento feito pelo Blog do Edison Silva, as candidaturas de professores ainda lideram em quantidade. Postulações de “pastores” e “doutores” também chamam a atenção.

Pelo menos 66 candidatos que se autodenominam como “professores” solicitaram registro de candidaturas para vereador de Fortaleza nas eleições deste ano. Um deles, inclusive, Professor Evaldo Lima, do PCdoB, está pleiteando a reeleição. Candidato a prefeito da Capital cearense, Anízio Melo, também do PCdoB, atende pela alcunha de “Professor Anízio”.

Em 2016, de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Ceará, pelo menos 39 candidatos apostaram na figura do professor para tentar uma das 43 vagas no Legislativo de Fortaleza. Somente um obteve sucesso. Naquela eleição, segundo informações da Justiça Eleitoral, 22 desses postulantes tiveram menos que 500 votos e oito deles alcançaram menos de 100 sufrágios, o que levanta a suspeita de pouco interesse nessas candidaturas na disputa propriamente dita.

O número de candidatos das forças policiais também teve crescimento no pleito deste ano. Em 2016, pouco mais de duas dezenas de soldados, capitães, coronéis e inspetores se lançaram candidatos. Na época, foram eleitos para a Câmara Municipal de Fortaleza o Soldado Noélio (PROS), atualmente deputado estadual, o Odécio Carneiro (SD), oriundo da Polícia Federal, Márcio Cruz (PSD) da Guarda Municipal, e o inspetor Julierme Sena (PROS).

No pleito deste ano, Capitão Wagner (PROS), oriundo da Polícia Militar, encabeça, mais uma vez, a chapa majoritária. Na disputa proporcional, diversos militares também concorrem a uma das 43 vagas na Câmara Municipal, como Coronel Bezerra (PROS), candidato que declarou maior quantidade de bens nas eleições em Fortaleza.

Segundo levantamento do Blog do Edison Silva são três coronéis candidatos, além de nove sargentos, dentre eles Sargento Reginauro (PROS), que tenta a reeleição; quatro cabos, inclusive, o ex-deputado federal Cabo Sabino (Avante); além de dois soldados, um delegado, dois inspetores e o policial federal Odécio Carneiro (SD), que também tenta ser reeleito.

Capitães

Além de Wagner, que disputa a Prefeitura de Fortaleza, outros quatro capitães também estão concorrendo uma vaga na Câmara de Vereadores. O número de pastores e pastoras também cresceu bastante de 2016 para 2020. Na disputa daquele ano eram apenas seis, e no corrente pleito são 20, nos mais variados partidos.

Existem ainda dez candidatos que se auto-intitulam como “irmã(o)” e um diácono. Mairton Félix (PDT) e Priscila Costa (PSC) são desse seguimento e tentam reeleição.

Também chama a atenção a quantidade de “doutores” na disputa eleitoral deste ano para a Câmara Municipal de Fortaleza. Ao todo, são 39 candidatos que querem registro de candidatura com o nome de “doutor” ou “doutora”, a maioria sendo médico.

“Doutor”

Dentre eles estão Dr. Elpídio (PDT), irmão do prefeiturável Sarto (PDT), que por muito tempo também utilizou a alcunha de “doutor” nas urnas.

Elpídio tenta reeleição, assim como Dr. Eron (PDT) e Dr. Porto (PDT). Os ex-vereadores Dr. Ciro Albuquerque (Pode) e Dra. Ruthmar Xavier (PL) também mantém o status de doutor na solicitação de registro de candidatura.