Márcio Cruz entrou com ação na Justiça contra difamadores. Foto: Reprodução/Youtube.

Já há alguns meses, vereadores de Fortaleza vêm denunciando a existência de uma rede de propagação de notícias falsas na cidade que tem como alvos parlamentares que tentarão reeleição no pleito deste ano. Durante sessão ordinária desta quarta-feira (26), Márcio Cruz (PSD) denunciou que algumas dessas publicações estariam partindo de policiais ligados a associações de militares atuantes na Capital.

De acordo com ele, essas postagens denominadas de “fake news”, muitas das vezes buscam macular a imagem do vereador da cidade, apenas com interesse eleitoreiro. Na mais recente, os parlamentares da Casa são acusados de não assinarem pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar os recursos destinados ao combate do coronavírus.

O requerimento para instalação da comissão de inquérito foi feito pelo vereador Sargento Reginauro, do PROS, que é bombeiro militar. Segundo Márcio Cruz, em uma rápida pesquisa realizada nas redes sociais constatou-se que algumas pessoas que estão compartilhando este tipo de informação são ligadas às associações que representam a categoria dos militares no Ceará.

“Essas associações são um verdadeiro escândalo, muitas com ações no Ministério Público por não prestarem contas de seus recursos. Muito me espanta que esses mesmos militares vão às redes sociais apontar o dedo para o vereador, divulgando fake news, querendo dizer que vereador está fazendo desvio quando, na verdade, quem responde processo na Justiça são os presidentes dessas associações”, apontou Cruz.

Segundo ele, somente em uma dessas entidades que, conforme disse, critica o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, e o governador Camilo Santana, recebeu quase R$ 10 milhões em um ano e não prestou contas de como esses recursos estão sendo investidos.

“Tem diretor e ex-diretor dessas associações criticando vereador. Não podemos nos calar, porque quero que alguém prove que eu desviei R$ 1 sequer quando fui presidente do Sindiguarda”, desafiou.

Na opinião do parlamentar, os envolvidos nas notícias falsas querem desviar o foco do cidadão quando distribuem cartazes contra os vereadores. “Já que as associações que representam os militares e os bombeiros querem falar mal dos vereadores, eu vou apresentar requerimento de audiência pública para que elas venham prestar contas, porque o dinheiro é dos associados. É obrigação de qualquer entidade, seja ela pública ou privada”, afirmou.

Investigar

Márcio também reclamou da atitude de vereadores, que segundo disse, estariam convocando eleitores para cobrar dos parlamentares a assinatura do pedido de CPI. “Cada vereador sabe como deve gerir seu mandato. Se no caso dos respiradores já tem inquérito da Polícia Federal, do Tribunal de Contas da União, o que a Câmara pode fazer nessa situação?”, questionou.

Para ele, a CPI “já nasceu morta”, uma vez que a Câmara Municipal, em sua avaliação, não teria competência para atuar nesse caso.

“O que não posso ser é obrigado a assinar essa CPI. E não vou me furtar enquanto operador do Direito. Por isso estou entrando com ação cível e criminal para que essas pessoas provem o que estão dizendo”, disse ele, sugerindo também a instalação de uma CPI para investigar os recursos de associações militares com atuação em Fortaleza.