Para André, suspensão lhe trará mais vontade de trabalhar. Foto: ALECE.

O deputado André Fernandes (Republicanos) afirmou que a suspensão de 30 dias de seu mandato, imposta por votação nesta quinta-feira (20), não o calará.

O parlamentar afirmou que a decisão o fará ter ainda mais vontade de trabalhar. “ Se acham que eu vou me calar por que estarei sem mandato, estão muito enganados. Deputado André Fernandes vem com tudo!”, bradou.

O parlamentar reafirmou que a punição se deu pelo fato de fazer oposição aos Ferreira Gomes. Ele afirmou que vem sendo perseguido por Ciro e Cid desde que encontrou com os irmãos e, após ter supostamente sido alvo de ironia por parte de Cid, fez alusão que os ex-governadores do Ceará eram usuários de drogas.

Desculpas reiteradas

Em pronunciamento antes da votação, Fernandes reafirmou que nunca acusou diretamente Nezinho Farias (PDT) de envolvimento com facções, apenas encaminhou denúncia recebida em seu gabinete para o Ministério Público, mas o órgão foi quem tornou pública a denúncia, mesmo tendo ele solicitado sigilo.

Já com a suspensão consolidada pela votação em plenário, André voltou a pedir desculpas a Nezinho Farias, pelo constrangimento causado ao colega. Ele reafirmou ser a favor da inviolabilidade da fala de um parlamentar, inclusive comprometendo-se a votar contra punições eventuais de colegas que também respondem a processos disciplinares no Conselho de Ética da Casa, citando o seu desafeto, Osmar Baquit.

O parlamentar afirmou ser decepcionante, após lutar tanto para chegar à Assembleia, ver que a Casa reduz-se a ponto de, durante uma pandemia, gastar tanto tempo com uma punição de um parlamentar que não fez nada digno de uma suspensão. Para ele, no entanto, a suspensão mostra que ele está incomodando e, se isso ocorre, é porque estar no caminho certo.

André Fernandes lembra ser sua suspensão a primeira punição do tipo na história da Assembleia cearense e afirma que, assim, abre o precedente para outras punições de colegas que também respondem a processos. “Se eu fui punido, Leonardo (Araújo) e Osmar (Baquit) também terão que ser. Já o caso do Bruno Gonçalves é mais grave, é caso de cassação, é corrupção”, afirmou.

Para Fernandes, alguns deputados não queriam votar pela sua punição, mas tiveram que fazê-lo. “Eu me envergonho dessa Casa hoje por essa decisão. Vocês não têm coragem de dar o perdão, mesmo querendo, mas é porque vocês têm patrão”, disse.