Estão incluídos crianças, adolescentes e adultos que apresentem graus moderado e severo do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Foto: Divulgação.

Com o objetivo de reforçar os cuidados de assistência, pacientes com deficiência e diagnosticados com a Covid-19 passam a contar com direito de um acompanhante em unidades hospitalares do Estado voltadas para o atendimento de casos do novo coronavírus.

A medida foi estabelecida pela Lei nº 17.266, sancionada pelo governador Camilo Santana. No texto, estão incluídos casos de crianças, adolescentes e adultos que apresentem graus moderado e severo do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A iniciativa teve origem na Assembleia Legislativa, por meio do projeto de lei 154/20, de autoria dos deputados Audic Mota (PSB) e Érika Amorim (PSD), aprovado em Plenário no dia 6 de agosto.

A proposta inicial previa o acompanhamento apenas para casos de pacientes com TEA, mas uma emenda ao projeto, apresentada pelo deputado Renato Roseno (Psol), em conjunto com Audic Mota, estendeu o direito a acompanhante para todos os pacientes com deficiência.

Segundo Audic Mota, o TEA caracteriza-se pelo desafio enfrentado em lidar com habilidades sociais, principalmente no que se refere à comunicação. De acordo com ele, isso causa dificuldades em situações onde haja a necessidade clara de comunicação, como é o caso de internações hospitalares.

“Por esse motivo, é imprescindível que haja acompanhamento por um membro familiar do paciente, que consiga lhe transmitir calma e tranquilidade, fator fundamental para a continuidade e sucesso do tratamento”, aponta o parlamentar.

A deputada Érika Amorim acrescenta que os aspectos envolvidos em um ambiente hospitalar já provocam abatimento e uma estranheza para qualquer pessoa, e que para aquelas que apresentam dificuldade maior em relação a comportamentos, este estranhamento pode ser potencializado.

“Precisamos ter a sensibilidade de assegurar o direito a acompanhamento para essas crianças, adolescentes e adultos com necessidades, tendo ali alguém da sua confiança, trazendo um conforto e uma segurança maior”, avalia a deputada.

A lei sancionada pelo governador prevê que o acompanhamento seja realizado, de preferência, por um familiar, responsável ou alguém indicado pelo paciente. Em caso onde isso não seja possível, o cuidador deve ser capacitado para prestar o apoio necessário ao paciente com deficiência.

O acompanhante também deverá ter o comprometimento em utilizar os equipamentos de proteção individual (EPI), que visam evitar a transmissão de doenças infectocontagiosas.