Entre os vereadores com mais mandatos na Casa, Idalmir Feitosa e Carlos Mesquita estão surpresos com os ataques via redes sociais. Foto: CMFor.

As ferramentas de comunicação que vêm sendo utilizadas já há alguns anos durante o processo eleitoral, apesar da importância para o pleito, têm preocupado políticos de todas as matizes ideológicas Brasil afora.

Vereadores experientes da Câmara Municipal de Fortaleza demonstram preocupação com o rumo que as chamadas redes sociais podem dar à disputa deste ano, principalmente, por conta de mentiras que são reproduzidas para o eleitorado que não checa a veracidade daquilo que é publicado e compartilhado.

Com quase três décadas de mandatos no Legislativo Municipal, o vereador Carlos Mesquita (PDT) se disse surpreso com a quantidade de informações falsas que são difundidas através de redes como o Whatsapp, e são tidas como verdadeiras, o que, em sua opinião, maculam os políticos e da política em geral. Segundo ele, muitas das críticas que são feitas através desses meios de comunicação são infundadas, buscando apenas ridicularizar a imagem de determinado adversário.

“Eu vi um vídeo de um candidato a vereador falando tanta mentira, mas tanta mentira. Infelizmente, os que escutaram não possuem informações e conhecimento que temos para dizer: mas que bicho mentiroso, que bicho safado. O cara que começa assim mentindo, ele vai ser um vereador? Querem levar o adversário à raia do ridículo”, apontou o pedetista.

Mesquita afirmou ainda que nos 28 anos de vida pública já participou de campanhas árduas, mas todas eram ações políticas, de se discutir comportamento político. “Críticas à política da pessoa ou do vereador ou do prefeito, a forma como ele governa, é natural. Mas outro dia eu vi um vídeo em que apareciam 37 vereadores, que segundo constava, eles não teriam votado a favor da CPI dos respiradores. Um cabra desse deveria pelo menos buscar entender o que votam os vereadores”.

Segundo informou Carlos Mesquita, algumas dessas informações mal intencionadas acabam por se retroalimentar, como no caso de pretensos candidatos que utilizam um vídeo crítico e comentam de forma mais agressiva. “Até quando vamos estar sujeitos a isso? Está na hora de defendermos a Câmara e os 43 vereadores, e não somente um lado. Não devemos ficar calados, vamos ser justos com os colegas. Temos que ser justos com todos, novos e antigos. E que tenhamos ética ao legislar nos cinco meses que faltam”.

Decano da Casa Legislativa, e com diversos mandatos de vereador, Idalmir Feitosa (PL) afirmou que as falas dos parlamentares em defesa do Parlamento devem ser reverberadas para que a opinião pública possa saber do compromisso dos legisladores. “Nós somos caluniados, e muitas das vezes, vilipendiados por pessoas que não sabem nem o que é uma Câmara Municipal”, disse.

Segundo ele, as falas do colega Carlos Mesquita o fizeram refletir, e que portanto, não poderia ficar silente diante do momento em que políticos são atacados nas redes sociais. “Não podemos nos acovardar diante das pessoas odiosas”, disse.

Demandas

De fato, nos últimos meses, diversos vereadores da Casa Legislativa, entre governistas e oposicionistas foram vítimas de ações que visavam a ridicularização de suas atividades políticas. O vereador, como bem foi lembrado pelo prefeito Roberto Cláudio no retorno das atividades presenciais da Câmara, é o político mais visado, já que atua na ponta, diretamente com o público alvo. É ele, também, quem faz a ponte entre as demandas da população e o Poder Executivo.

Os recentes casos de “fake news” que atingiram alguns parlamentares do Legislativo Municipal têm como objetivo alcançar determinados vereadores apenas pela proximidade do pleito eleitoral deste ano.

Esclarecimento

Nos próximos meses que antecedem o pleito eleitoral a tendência é que esse tipo de ação seja mais constante no dia a dia dos pretensos candidatos, principalmente, nas redes sociais. Aqueles que passam por esse tipo de situação, dificilmente, consegue reverter o caso.

Recentemente, o vereador de Fortaleza, Paulo Martins (PDT), foi confundido com o deputado federal Paulo Martins, do PSC do São Paulo, e que votou contra a PEC que tornou o Fundeb permanente. Foi preciso pedir ajuda a seus pares, em transmissão ao vivo da sessão remota, bem como através de uma nota de esclarecimento assinada por todos os membros de seu partido para esclarecer a situação.