O médico é membro da Comissão de Saúde e Seguridade Social na ALECE. Foto: Reprodução/YouTube.

O comunista Dr. Carlos Felipe (PCdoB), atualmente em seu segundo mandato como deputado estadual, afirma crer no avanço da medicina pós-pandemia do novo coronavírus (COVID-19), mas sugere aos “homens públicos” assegurarem os investimentos na saúde, não só em momentos de calamidade, mas na “normalidade” também.

Médico e cirurgião-oncologista, ele crê que, após o fim do período pandêmico, a medicina cearense sairá com legados. “O primeiro legado será o aumento na estrutura no Estado [refere-se ao número de leitos nos hospitais]. E precisamos assegurar este legado”, aponta.

Outro aspecto abordado pelo parlamentar foi a queda no número de leitos de hospitais particulares, desembocando num aumento na frequência de pacientes em hospitais da rede pública. Entretanto, o setor público não compensou essas perdas, principalmente pelo aumento da população. “Se você pegar há 15, 20 anos, o percentual leito/população, com certeza, é menor. Porque tivemos o fechamento de muitas instituições filantrópicas, de muitas instituições privadas, que ‘quebraram’ com o financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS)”, destaca.

O ex-prefeito de Crateús, cidade localizada no oeste cearense, critica o modelo neoliberal defendido pelo premiê britânico, Boris Johnson, que defendeu um fomento à medicina privada na Inglaterra. Defensor do SUS, o deputado proclama:

“Serviço público de saúde devia existir no mundo todo” – (Dr. Carlos Felipe)

Problemas durante a pandemia

O médico enumera alguns problemas vividos pelos profissionais da medicina durante a pandemia. Para ele, profissionais recém-formados tiveram de assumir papéis importantes, sem ter estado numa residência médica. Além disso, o grande número de atendimentos, a falta de profissionais e o sucateamento na parte física de hospitais foram outros problemas vividos por estes técnicos.

O desconhecimento de alguns sintomas relativos à doença, no seu início, como a anosmia – perda dos sentidos olfativos – e da ageusia – perda do sentidos paladares, fizeram que alguns médicos errassem.

Consórcios de saúde

Carlos Felipe afirma que o atual secretário da Saúde do Ceará, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho (Dr. Cabeto), está lutando para evitar escolhas políticas, acima das seleções técnicas, para dirigir os consórcios de saúde em algumas regiões do Estado. Mas, segundo o deputado, Cabeto acaba sofrendo influência política. Felipe, ademais, lamenta sobre alguns colegas médicos estarem inseridos nesse sistema para ganhar votos. O parlamentar avalia o trabalho de Cabeto como “sério” e acredita que o secretário, quando receber alguma denúncia de compras irregulares desses consórcios em algum município durante a pandemia, investigará.

Veja a entrevista completa do deputado Carlos Felipe ao jornalista Edison Silva: