Nelson Martins (PT) e Élcio Batista (PSB).

Improrrogavelmente, dita o Calendário Eleitoral, todos os partidos, até o próximo dia 16 de setembro, terão que estar com os nomes dos seus pretensos candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador, homologados pelas respectivas convenções partidárias. Após esta data, as agremiações só poderão fazer substituições de nomes caso alguns dos filiados desistam de disputar. Estranhamente, até o momento, apenas 4 partidos estão estruturados para apresentar candidatos majoritários, embora mais de uma dezena de outros, dentre os quais siglas tradicionais como o PSDB e o MDB, tenham filiados apontados, de modo muito vago, como postulantes ao cargo de prefeito da Capital cearense.

O ideal é que já tivéssemos, e não apenas agora no momento final para oficialização de nomes, conhecimento sobre a identidade e ideias de todos quantos pretendem governar Fortaleza, a partir de janeiro do próximo ano. Por maior que seja a exposição dos candidatos, o curto espaço de tempo daqui até o dia da votação, em primeiro turno, no feriado de 15 de novembro, não haverá tempo para o eleitor fazer realmente consciente a sua importante escolha. Dos nomes apresentados pelo PSOL, PROS e PT, só o desse último o eleitor conhece sua experiência administrativa, posto ter sido Luizianne prefeita por oito anos (o governador Camilo Santana ainda está investindo no sentido de o PT não ter candidato e apoiar o nome do PDT). Os demais, inclusive o que for apontado pelo PDT, por nunca terem exercido mandato Executivo, precisariam de mais tempo para mostrar e confrontarem suas ideias.

A exceção do PROS, em razão de estar o deputado federal Capitão Wagner entrando na sua segunda disputa pela Prefeitura de Fortaleza, nenhuma outra agremiação tem um candidato natural à sucessão municipal na Capital cearense. A cidade, também pela sua importância no contexto nacional, deveria, como várias outras, estar sempre em discussão, uma forma de ajudar os seus administradores e estimular a população, por suas diversas representações, a participar da gestão. O debate sério, respeitoso e inteligente gera bons frutos, mesmo desagradando o governante de plantão. Ademais, as discussões sobre a cidade e o seu futuro são importantes momentos para o surgimento de lideranças de que a sociedade sente-se tão carente.

E se não há nome natural, saído das entranhas dos partidos para a disputa pelo cargo de prefeito, pior ainda é em relação à escolha de candidatos a vice-prefeito, de cujo problema aqui já tratamos, inclusive mostrando que nas últimas dez administrações de Fortaleza, apenas um vice não brigou com o prefeito, no caso Moroni Torgan e Roberto Cláudio, vice e prefeito, respectivamente. Atualmente, só o pré-candidato Renato Roseno sabe de onde sairá o nome do vice da sua chapa. E, o ainda inexistente candidato governista, do PDT, já tem dois nomes para a vice, selecionados pelo governador Camilo Santana: Élcio Batista (PSB) e Nelson Martins (PT). Ressalte-se, dois muito bons nomes, embora com peculiaridades bem diferentes, o que é natural.

Nelson Martins, que ocupava cargo de secretário na administração estadual, foi compelido a desincompatibilizar-se para facilitar a negociação do governador Camilo Santana com a ala petista defensora da candidatura de Luizianne Lins. Nelson, no processo ainda em curso, tanto poderia ser o candidato a prefeito do PT, portanto um nome não hostil às lideranças governistas (aliás ele é amigo de Cid Gomes, de quem foi o líder do Governo na Assembleia) e sem a ambição de ser prefeito. E no caso de uma aliança do PT com o PDT, ele seria o candidato a vice-prefeito, sem objeção do PSB, hoje ligado ao PDT, mas sob o comando local de Camilo. Mantida a candidatura de Luizianne, só restará a Nelson, um dos melhores quadros do PT cearense, voltar para o lugar que estava no Governo.

O jornalista Edison Silva comenta a reta final para a escolha dos candidatos neste período de convenções partidárias. Veja: