Roseno defendeu diretrizes sanitárias para a volta às aulas no Ceará. Foto: ALECE.

Logo no primeiro pronunciamento presencial na Assembleia Legislativa, depois de mais de quatro meses realizando sessões virtuais, um momento de emoção tocou os presentes no Plenário 13 de maio.

Orador que abriu o primeiro expediente desta quinta-feira (23), o deputado Renato Roseno (PSOL), foi às lágrimas ao relembrar a morte da mãe, Maria Valda Roseno, falecida no último dia 14 de maio, vítima de câncer.

Roseno lembrou que aquele seria o seu primeiro pronunciamento dele na Casa que não teria, na sequência, uma ligação da mãe. Durante pronunciamento posterior, o deputado Heitor Férrer (SD) solidarizou-se com o colega, afirmando que a perda de Renato foi sentida por todos na Casa.

Desigualdade social

Roseno solidarizou-se ainda com as 83 mil famílias brasileiras que perderam entes para o coronavírus de 16 de março até hoje. “Nossa geração foi atravessada por uma crise de caráter planetário que não atingiu a todos da mesma maneira. Nossa sociedade, baseada no acúmulo de riquezas e consumismo desenfreado, assiste a uma crise sanitária, social, econômica, política e ambiental por conta da desigualdade”, assinalou.

O parlamentar apontou que no Ceará, a desigualdade social ficou “escancarada” com a pandemia da Covid-19. “Desigualdade não apenas de renda, mas de acesso, poder e condições de vida”, disse.

Renato Roseno criticou o Governo Federal pela falta de políticas para combater a pandemia. “O Governo Bolsonaro foi aliado na pandemia. O presidente desdenhou da doença. Dos R$ 500 milhões que foram aprovados em crédito extraordinário no Congresso, apenas 43% foram executados. Menos da metade”, lamentou.

O deputado salientou a necessidade de definir diretrizes sanitárias para as atividades educacionais. “Eu queria abrir o debate com a base do Governo. Tive um projeto rejeitado na Comissão de Constituição, Justiça e Redação, mas, precisamos aprovar essas diretrizes sanitárias. Aprovar cuidado ao professor e alunos. Atualmente, cerca de 200 escolas no Ceará, por exemplo, não têm água potável. Isso precisa ser corrigido”, denunciou.

Renato Roseno ressaltou também a necessidade de fazer um movimento, junto ao governador, para um requerimento sobre uma renda universal para dar apoio aos miseráveis e aos que passam fome.

“A fome voltou junto à pandemia e a política de Governo Bolsonaro. É nossa obrigação lutar para combater a desigualdade que voltou com força. Precisamos mostrar que quanto maior e melhor a educação pública, a saúde pública, a distribuição de renda, melhor é a sociedade”, afirmou.